Redação Exame
Publicado em 16 de junho de 2025 às 18h50.
Última atualização em 16 de junho de 2025 às 19h07.
A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República do Irã, anunciou na noite de segunda para terça-feira, 17, ataques contra Israel "sem interrupção até o amanhecer".
"A nona série de ataques combinados de drones e mísseis começou e continuará sem interrupção até o amanhecer", declarou o porta-voz da Guarda, general Ali Mohammad Naini, citado pela agência oficial de notícias Irna.
As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que alguns drones que se aproximavam de Israel foram interceptados, o que provocou sirenes nas Colinas de Golã. Nesta segunda-feira, tanto Israel quanto o Irã emitiram ordens de retirada para suas capitais.
No entanto, alguns ataques iranianos foram bem-sucedidos. Após o impacto de um míssil, todas as refinarias de petróleo de Israel foram fechadas, segundo a petroquímica Bazan. A empresa disse que interrompeu sua produção por conta dos bombardeios, que danificaram as instalações e mataram três funcionários.
Já em solo iraniano, o Exército israelense atacou o prédio da televisão estatal em Teerã, que teve que interromper temporariamente sua transmissão. No momento do ataque, câmeras capturaram uma apresentadora estatal, que criticava a ofensiva de Israel, abandonando rapidamente o set em meio à poeira e aos fragmentos do teto que se soltavam, segundo vídeos divulgados pela imprensa iraniana.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o ataque aos estúdios de televisão tinha como objetivo "interromper o poder de propaganda do regime". Além disso, o premier sugeriu que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, "acabaria com o conflito" entre os países. A declaração de Netanyahu ocorre após relatos de que o presidente americano, Donald Trump, teria vetado um plano israelense para matar Khamenei.
Nesta segunda, Israel pediu aos moradores de Teerã que se afastem de toda a infraestrutura militar. Com isso, muitos residentes de Teerã estão fugindo da capital, que é alvo de bombardeios israelenses, e um engarrafamento gigantesco se formou na rodovia principal que segue para o norte.
Os ataques israelenses já deixaram mais de 300 mortos e, pelo menos, mil feridos no Irã, segundo um balanço oficial de domingo. A onda de mísseis iranianos lançados em resposta a Israel causaram 24 mortes desde a sexta-feira, segundo o gabinete de Netanyahu.
(Com informações de AFP e O Globo)