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Governo dos EUA diz que não pretende sair da ONU, apenas dar um 'empurrão'

Trump fez um discurso duro nesta terça-feira na Assembleia Geral da ONU, no qual acusou a organização de não ter colaborado na resolução de conflitos internacionais

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 17h52.

Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 18h19.

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O governo de Donald Trump não está buscando retirar os Estados Unidos da ONU, mas sim dar um "empurrão" à entidade, disse à Agência EFE nesta quarta-feira a porta-voz em espanhol do Departamento de Estado, Natalia Molano.

Trump fez um discurso duro na terça-feira na Assembleia Geral da ONU, no qual denunciou a ineficácia do órgão e o acusou de não ter colaborado na resolução de conflitos internacionais.

O presidente atacou a ONU em várias frentes: acusou-a de incentivar a migração irregular, de inventar a crise climática e até ironizou sobre falhas técnicas durante sua visita, como um teleprompter danificado e escadas rolantes quebradas.

"Esse apelo para que a ONU seja mais eficiente e eficaz não é novo; o que é novo é o estilo de comunicá-lo, porque temos um líder que não é convencional", explicou Molano.

Para a porta-voz, foi um "discurso revigorante" porque o líder americano falou "as verdades que todos sabiam ou precisavam ouvir", mas isso não significa que Washington esteja se desvinculando da ONU, que acaba de completar 80 anos.

"Mesmo que ele discorde das coisas que estão acontecendo na ONU, o presidente ainda acredita que a ONU tem um grande potencial para a paz. Não vejo a possibilidade de os Estados Unidos se retirarem, mas acho que este governo veio para dar um impulso", analisou.

De acordo com Molano, Trump "está comprometido com a paz" e quer que "a ONU desempenhe um papel mais ativo".

"Não haverá paz enquanto existir o Hamas"

Por ocasião da Semana de Alto Nível da ONU, diversos países, incluindo Reino Unido, França, Canadá e Portugal, reconheceram oficialmente o Estado da Palestina, um gesto condenado por Israel e pelos EUA como uma "recompensa" para o Hamas.

"Esse é outro exemplo de palavras vazias. Imagino que tenha sido necessário muito esforço para reunir todos esses países, mas qual é o resultado tangível? [Os palestinos] ainda estão sofrendo da mesma forma", disse a porta-voz.

A posição do governo Trump, segundo Molano, é que todos os reféns israelenses mantidos em Gaza devem ser liberados, que a segurança de Israel deve ser garantida e que o Hamas deve desaparecer.

"Enquanto o Hamas existir, não haverá paz e nenhuma possibilidade de uma Palestina verdadeiramente livre e próspera", disse ela.

A porta-voz se recusou a discutir uma possível retaliação contra os países que reconheceram a Palestina, mas observou que "esse movimento pode ser um obstáculo" para as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

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