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Governo dos EUA 'condena' decisão de Moraes por prisão domiciliar de Bolsonaro

Em uma declaração divulgada pelo Escritório para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, o governo dos EUA afirma que vai "responsabilizar" também quem colaborar com as condutas do ministro do STF

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 4 de agosto de 2025 às 22h43.

Última atualização em 4 de agosto de 2025 às 22h46.

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O governo dos Estados Unidos condenou decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo de Donald Trump também afirmou que tomará medidas contra aqueles que colaborarem com as "condutas sancionadas" do ministro.

A declaração foi feita por meio de um post no X (antigo Twitter), no perfil do Escritório para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, responsável pelas questões diplomáticas dos EUA.

"O ministro Moraes, agora sancionado pelos EUA como violador de direitos humanos, continua usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!", diz o texto.

"Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem ou colaborarem com condutas sancionadas", acrescentou.

Entenda a prisão domiciliar de Bolsonaro

A decisão de Moraes, anunciada nesta segunda-feira, 4, determina que Bolsonaro, réu em um processo relacionado a uma tentativa de golpe de Estado no fim de seu mandato, cumpra prisão domiciliar. O ministro do STF afirmou que Bolsonaro violou uma ordem prévia ao aparecer em vídeos veiculados por seus apoiadores durante manifestações no domingo, 3 de agosto. O ex-presidente estava proibido de utilizar redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros.

Com essa medida, Bolsonaro se torna o quarto ex-presidente do Brasil a ter sido preso desde a redemocratização, acompanhando os passos de Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB).

A prisão domiciliar imposta por Moraes inclui restrições severas, como a proibição de visitas, exceto por advogados e pessoas previamente autorizadas nos autos. Além disso, o uso de celulares, por parte do ex-presidente ou por intermédio de outros, está vedado. O ministro alertou que, caso a ordem seja descumprida, a prisão preventiva de Bolsonaro poderá ser decretada.

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