Agência de notícias
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 17h51.
Última atualização em 22 de setembro de 2025 às 18h34.
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira, ao lado da Arábia Saudita e de aliados europeus, o reconhecimento oficial do Estado da Palestina pelo seu país às vésperas da Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York. Enquanto o colapso humanitário na Faixa de Gaza se agrava com o cerco de Israel, cresce a pressão sobre os países europeus, além de outras potências globais, para se posicionarem.
— Chegou a hora de pôr fim à guerra, aos bombardeios em Gaza, aos massacres e à população em fuga. Chegou a hora pois a emergência está em toda parte. Chegou a hora da paz porque estamos a momentos de não conseguir mais compreendê-la — declarou Macron no início do discurso. — É por isso que, fiel ao compromisso histórico do meu país com o Oriente Médio, com a paz entre israelenses e palestinos, declaro que hoje a França reconhece o Estado da Palestina.
Segundo o presidente francês, "a comunidade internacional consagrou o Estado de Israel, cumprindo o destino deste povo", mas a "promessa de um Estado árabe permanece não cumprida até hoje".
— A verdade é que temos responsabilidade coletiva por termos falhado até agora em construir uma paz justa e duradoura no Oriente Médio. Esta é a própria prova que nos foi imposta em 7 de outubro de 2023 — disse Macron. — Reconhecer os direitos legítimos do povo palestino não retira em nada os direitos do povo israelense, que a França apoia desde o primeiro dia (...) Precisamente porque estamos convencidos de que este reconhecimento é a única solução que trará paz a Israel.
Macron também condenou o antissemitismo e prestou homenagem aos mortos nos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Segundo o francês, a prioridade é combinar a libertação dos 48 reféns que ainda estão em Gaza com o fim das operações militares israelenses no enclave palestino, elogiando esforços do Catar, Egito e EUA como mediadores das negociações.
— O Hamas foi derrotado militarmente pela neutralização de seus líderes e tomadores de decisão. Ele precisa ser derrotado politicamente para ser verdadeiramente desmantelado assim que o cessar-fogo for acordado — completou o presidente francês. — (...) A paz é muito mais exigente, muito mais difícil do que qualquer guerra. Mas chegou a hora.