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Fenômeno raro e ocupação agravam tragédia no Rio

Tragédia foi agravada por um fenômeno chamado de corrida de lama e detritos, de acordo com especialistas

Corrida de lama e detritos agravou a situação na região serrana do Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/AGÊNCIA BRASIL)

Corrida de lama e detritos agravou a situação na região serrana do Rio de Janeiro (Vladimir Platonow/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 09h04.

Rio de Janeiro - A catástrofe na região serrana do Rio de Janeiro foi causada por um tipo de deslizamento considerado raro e avassalador por geólogos. Além do escorregamento de terra, a tragédia foi agravada por um fenômeno chamado de corrida de lama e detritos. É quando uma série de deslizamentos acontece ao mesmo tempo, no mesmo lugar, e tão rápido que praticamente impede que as pessoas se protejam. Trata-se da maior magnitude de escorregamento de terra possível.

“É uma avalanche de poder destrutivo estúpido”, explica o geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos, ex-diretor de Planejamento e Gestão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). “A massa de terra e detritos acaba com o que está pela frente.”

Essa avalanche fez com que corpos das vítimas fossem carregados morro abaixo por até 15 quilômetros de distância. “Na verdade, o deslizamento é a massa de solo que desloca. Chove, encharca e desloca”, diz Kátia Canil, do Laboratório de Riscos Ambientais do IPT. “A corrida ocorre quando vários deslizamentos se juntam, formam uma massa maior com árvores, terra, água e detritos e destrói o que vem pela frente. É muita velocidade”. Esse tipo de fenômeno é considerado incomum porque é necessário uma somatória de fatores, como uma grande quantidade de chuva, um solo já encharcado e instável e declives muito acentuados.

Ainda que tenha um grande poder de destruição, a “corrida” no Rio só causou tantas mortes porque, a exemplo de outras cidades brasileiras, Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis sofrem com a ocupação desordenada de encostas - por favelas e por loteamentos de classe média e de luxo. Ainda de acordo com especialistas, o poder público também tem sua parcela de culpa pela tragédia, por não fiscalizar a ocupação do solo.

“É bom sempre frisar que a responsabilidade não deve ser creditada a fenômenos como o aquecimento global ou a imprevistos geológicos e pluviométricos. Tudo que tem acontecido está associado à desordenada ocupação urbana de áreas geologicamente inadequadas” diz Santos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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