Mundo

Familiares de traficante equatoriano 'Fito' são presos e deportados da Argentina

Entre os parentes do líder dos Los Choneros, estão a esposa e os filhos

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, durante coletiva de imprensa em Buenos Aires (AFP Photo)

A ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, durante coletiva de imprensa em Buenos Aires (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 14h30.

A esposa e os filhos do traficante equatoriano Adolfo Macías, conhecido como "Fito", que fugiu recentemente de um presídio em Guayaquil, foram detidos no centro da Argentina e expulsos do país, informaram as autoridades nesta sexta-feira, 19.

Os familiares de "Fito", líder da facção Los Choneros, cuja fuga desencadeou uma onda de violência no Equador, foram presos em um condomínio da província de Córdoba, disse a ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, em entrevista coletiva.

Os familiares são a mulher de Macías, Mariela Peñarieta, de 48 anos, e os filhos Michelle Macías Peñarieta (21 anos), Ilse María Macías Peñarieta (12) e Lian Sejam Macías Peñarieta (4).

A ministra explicou que a esposa de Macías e seus filhos, junto com outros membros de seu "clã", chegaram em um condomínio privado de Córdoba no dia 5 de janeiro, três dias antes da fuga de Macías de uma prisão em Guayaquil.

"É um êxito muito importante termos conseguido, tão rapidamente, tê-los deportado do país hoje, já que chegaram no dia 5", disse Bullrich. "Estamos orgulhosos de que a Argentina seja um território hostil para uma facção de traficantes de drogas vir e se estabelecer", acrescentou.

O avião da Força Aérea com a família partiu na manhã desta sexta-feira.

"Por meio de uma resolução migratória que cancelou sua residência temporária, conseguimos retê-los e expulsá-los do país", esclareceu o secretário de Segurança de Córdoba, Juan Pablo Quinteros.

Desde sua fuga, confirmada em 8 de janeiro, o paradeiro de Fito é um enigma. Em entrevista à rádio W da Colômbia, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, disse que pediu ao seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, que expandisse a cooperação entre os dois países e "aplicasse uma busca intensa no país".

"É possível" que Fito esteja na Colômbia, afirmou.

Crise de segurança

Segundo o constitucionalista Ismael Quintana, em entrevista ao canal Teleamazonas do Equador, se os familiares de "Fito" não tiverem ordem de prisão preventiva, ou dívida pendente com a Justiça, devem ser libertados quando chegarem ao seu país. A polícia não informou, no entanto, se este é o caso.

Inda Peñarriera, que é enfermeira, foi investigada em 2020 por lavagem de dinheiro, fraude fiscal e enriquecimento privado injustificado desde 2014. Dois anos depois foi declarada inocente, segundo investigação do portal Primicias.

Ainda de acordo com este portal, Peñarriera, seus dois irmãos e outros dois familiares de Macías enfrentaram processos judiciais por crime organizado, associação ilícita, homicídio, posse de armas e roubo.

A crise de segurança no Equador foi desencadeada pela fuga de "Fito", seguida por motins nas prisões, sequestros policiais e ataques com explosivos.

A espetacular invasão do canal TC por homens armados, transmitida ao vivo em 9 de janeiro, chocou o país e levou o presidente Noboa a declarar um "conflito armado interno" e a ordenar uma luta implacável contra cerca de 20 facções.

Na quarta-feira, o promotor antimáfia César Suárez, que investigava o ataque ao canal, foi morto a tiros em plena luz do dia em um bairro de Guayaquil.

Cerca de 20 organizações semeiam o terror no Equador e impõem seu poder a partir das prisões, em retaliação às políticas do governo para enfrentar estes grupos, em um país que há poucos anos era considerado tranquilo.

Acompanhe tudo sobre:EquadorTráfico de drogasArgentina

Mais de Mundo

Ex-presidente Cristina Kirchner deve ser presa por corrupção, decide Suprema Corte

Atirador em escola da Áustria morre após ataque, diz polícia

Trump diz que, se necessário, invocará Lei da Insurreição para conter protestos

700 fuzileiros navais chegam a Los Angeles após protestos contra políticas migratórias de Trump