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Explosão em transformador durante prova provoca correria e deixa 29 mortos em escola na África

Mais de 250 ficaram feridos; presidente decreta luto e autoridades investigam falhas de segurança

Explosão em transformador causa tumulto e mata 29 estudantes na África  (Reprodução TV5Monde)

Explosão em transformador causa tumulto e mata 29 estudantes na África (Reprodução TV5Monde)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de junho de 2025 às 12h19.

Última atualização em 27 de junho de 2025 às 13h14.

Uma explosão em um transformador, na quarta-feira, 25, causou um tumulto em uma escola de ensino médio na República Centro-Africana, deixando pelo menos 29 estudantes mortos e 250 feridos, segundo autoridades locais.

O incidente ocorreu durante a aplicação do exame nacional no Colégio Barthelemy Boganda, em Bangui, capital do país. Mais de 5,3 mil alunos estavam presentes quando o equipamento explodiu, provocando pânico e uma correria nos corredores e escadas do prédio.

De acordo com os ministérios da Saúde e da Educação, a maioria das mortes ocorreu no local, inclusive de 16 meninas, enquanto outras vítimas morreram após serem socorridas em hospitais.

Alguns estudantes tentaram escapar pulando do edifício, e outros foram pisoteados na tentativa de fuga.

Michael Jordy Yerima, de 20 anos, sobreviveu ao tumulto pulando de uma janela do primeiro andar, mas fraturou o pé. “À minha volta, havia outros estudantes feridos, e alguns morreram na hora”, contou ele.

“Gostaria de expressar minha solidariedade e compaixão aos pais dos candidatos falecidos, aos profissionais da educação e aos estudantes”, disse o presidente Faustin-Archange Touadéra em um vídeo publicado na página do seu partido no Facebook. Touadéra decretou luto nacional, enquanto investigações foram abertas para apurar responsabilidades e falhas nos protocolos de segurança.

O ministro da Educação, Aurelien-Simplice Kongbelet-Zingas, afirmou em comunicado na quarta-feira que “medidas serão tomadas rapidamente para esclarecer as circunstâncias deste incidente”.

O ministro acrescentou que será feito um novo anúncio em breve para informar quando os exames serão retomados.

Nesta quinta-feira, as autoridades proibiram uma vigília com velas organizada por estudantes que queriam homenagear os colegas mortos.

Segundo um repórter da AFP, também houve protestos contra a empresa nacional de energia, a Enerca.

'Miséria e lágrimas'

Colette Hiporo, mãe de dois alunos feridos — de 17 e 19 anos —, desabafou: “Criar filhos nessas condições, com miséria, lágrimas e sem recursos, já é uma verdadeira luta.”

“Os funcionários públicos ganham pouco e não conseguimos viver bem. O que aconteceu é muito grave.”

Yerima, o estudante que pulou da janela, disse à AFP que, após “a explosão que sacudiu o prédio, os supervisores, que deveriam nos controlar, foram os primeiros a fugir”.

O Bloco Republicano pela Defesa da Constituição (BRDC), coalizão de partidos de oposição, condenou “a irresponsabilidade das autoridades, que falharam em seu dever de garantir a segurança dos estudantes e da infraestrutura escolar”.

A República Centro-Africana está entre os países mais pobres do mundo e, desde a independência da França em 1960, viveu uma sucessão de golpes de Estado, regimes autoritários e guerras civis.

A mais recente guerra civil começou há mais de uma década. O governo conseguiu controlar as principais cidades, e a violência diminuiu nos últimos anos.

No entanto, confrontos ainda ocorrem ocasionalmente em regiões remotas entre rebeldes e o exército nacional, que conta com o apoio de mercenários do grupo Wagner e tropas de Ruanda.

Eleições municipais, legislativas e presidenciais estão previstas para agosto e dezembro deste ano. No entanto, especialistas da ONU pediram reformas institucionais na autoridade eleitoral antes das votações, além de “transparência na governança interna”, diante da crescente tensão entre governo e oposição.

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