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EUA podem fazer 1ª repatriação de Guantánamo no governo Trump

A transferência de Ahmed Muhammed, de 43 anos, pareceu ter sido interrompida em fevereiro, quando ele passou a ter direito de ser repatriado mas não foi

Repatriação: à época os militares norte-americanos disseram estar esperando garantias do governo saudita para seguir adiante com sua libertação (U.S. Department of Defense / Reuters/Divulgação)

Repatriação: à época os militares norte-americanos disseram estar esperando garantias do governo saudita para seguir adiante com sua libertação (U.S. Department of Defense / Reuters/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2018 às 12h17.

Washington - Os Estados Unidos estão prestes a realizar a primeira transferência de um prisioneiro do centro de detenção da Baía de Guantánamo durante o governo do presidente Donald Trump, repatriando o detido para a Arábia Saudita, disseram militares dos EUA à Reuters.

A transferência de Ahmed Muhammed Haza al-Darbi, de 43 anos, pareceu ter sido interrompida em fevereiro, quando ele passou a ter direito de ser repatriado mas não foi, conforme permitido pelos termos de seu acordo de confissão de 2014.

À época os militares norte-americanos disseram estar esperando garantias do governo saudita para seguir adiante com sua libertação. Na segunda-feira o Pentágono deu a entender que o processo voltou a caminhar. A porta-voz Sarah Higgins, oficial da Marinha, disse que o Departamento de Defesa está "analisando informações recebidas da Arábia Saudita relativas à transferência de Al-Darbi".

"O processo de transferência está indo em frente. Não tenho maiores informações sobre o cronograma da transferência", disse Sarah, sem dar detalhes.

A partida de Al-Darbi diminuiria a população de prisioneiros do centro de detenção de Guantánamo, em Cuba, de 41 para 40 -- apesar da promessa de campanha de Trump de "enchê-la de caras maus".

A prisão, aberta pelo presidente republicano George W. Bush para abrigar suspeitos de terrorismo capturados no exterior após os ataques de 11 de setembro de 2001, passou a simbolizar as práticas de detenção brutais que expuseram os EUA a acusações de tortura.

Autoridades norte-americanas não descartaram aumentar a população prisional e reconheceram o problema de se repatriar combatentes do Estado Islâmico detidos por forças apoiadas por Washington na Síria, o que cria a possibilidade de a Baía de Guantánamo ser vista como uma opção viável no futuro.

A notícia do avanço no caso de Al-Darbi veio na esteira de uma visita do príncipe da coroa saudita Mohammed Bin Salman a Washington, sua primeira aos EUA como herdeiro aparente do trono.

O príncipe deve se reunir com Trump na Casa Branca nesta terça-feira, e existe a expectativa de os dois países enfatizarem seus fortes vínculos na área de segurança durante a visita -- embora tais laços sejam alvo de atenções cada vez maiores do Congresso.

Ramzi Kassem, professor de Direito da Universidade de Nova York e principal conselheiro da defesa de Al-Darbi desde 2008, disse à Reuters que a decisão do governo Trump de honrar o acordo de 2014 "enviará aos outros prisioneiros a mensagem de esperança de que é possível sair de Guantánamo".

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