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EUA envia maior porta-aviões do mundo à América do Sul, diz secretário

Anúncio ocorre no mesmo dia em que as forças americanas atacaram embarcação de narcotraficantes

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 19h07.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 19h14.

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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta sexta-feira, 24, que o Pentágono está enviando o porta-aviões USS Gerald R. Ford, descrito pela Marinha dos EUA como "a plataforma de combate mais avançada, versátil e letal do mundo", para as águas da América do Sul. Essa movimentação representa uma nova fase na intensificação da presença militar na região.

O comunicado foi feito no mesmo dia em que Hegseth confirmou o décimo ataque contra uma embarcação suspeita de estar transportando drogas, e um dia após os Estados Unidos anunciarem exercícios militares com Trinidad e Tobago, realizados a poucos quilômetros da costa da Venezuela.

"Em apoio à diretriz do presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais (OCT) e combater o narcoterrorismo em defesa da Pátria, o secretário de Guerra comandou o Grupo de Ataque de Porta-Aviões Gerald R. Ford e embarcou uma ala aérea de porta-aviões para a área (...) do Comando Sul dos EUA (USSOUTHCOM)", escreveu o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, na rede social X.

"A presença reforçada das forças americanas na Área de Responsabilidade do USSOUTHCOM reforçará a capacidade dos EUA de detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade do território nacional dos Estados Unidos e nossa segurança no Hemisfério Ocidental. Essas forças aprimorarão e ampliarão as capacidades existentes para desmantelar o tráfico de narcóticos e desmantelar as OCT".

O porta-aviões Gerald R. Ford faz parte de um agrupamento de ataque homônimo, que além do navio principal, conta com três contratorpedeiros (USS Mahan, USS Bainbridge e USS Winston Churchill), esquadrões de caças F-18 e helicópteros de combate MH-60. Esses recursos se somam às forças militares já destacadas para o Caribe, incluindo outros contratorpedeiros, um submarino, embarcações de desembarque anfíbio e jatos F-35 posicionados em Porto Rico.

No total, cerca de 10 mil militares dos EUA foram enviados para o Caribe, com metade deles a bordo de oito navios de guerra e a outra metade estacionada em Porto Rico. O porta-voz do Pentágono, no entanto, não revelou a data em que o grupo de ataque será deslocado para a região nem o seu destino exato.

Pressão sobre a região

A confirmação do envio ocorre em meio a uma escalada de tensões na região. Um novo ataque aéreo americano na noite de quinta-feira destruiu o 10º barco suspeito de estar envolvido com o narcotráfico, elevando para 43 o número de mortos nas operações, poucas horas depois de o presidente Donald Trump afirmar, na Casa Branca, que planejava autorizar ações terrestres contra grupos ligados ao tráfico internacional de drogas — que ele comparou a organizações terroristas nos primeiros dias de seu governo. Recentemente, Colômbia e Venezuela classificaram as declarações e ordens de Trump na região como ameaças de invasão.

"Se você é um narcoterrorista contrabandeando drogas em nosso Hemisfério, nós o trataremos como tratamos a al-Qaeda. Dia ou noite, mapearemos suas redes, rastrearemos seus homens, caçaremos você e o mataremos", escreveu Hegseth em uma publicação nesta sexta-feira, após confirmar o afundamento de uma embarcação que pertenceria ao grupo venezuelano Tren de Aragua (TdA).

Em outro desenvolvimento militar na quinta-feira, os Estados Unidos anunciaram a realização de exercícios militares com Trinidad e Tobago, um país caribenho localizado a apenas 10 quilômetros de distância da Venezuela, separados pelo Golfo de Paria. O contratorpedeiro USS Gravely deve chegar a Porto Espanha no domingo e permanecerá em atividades até o dia 30 de outubro.

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