Mundo

EUA doam US$ 700 mil em medicamentos para HIV no reinício de relações com a Bolívia

Os medicamentos cobrirão as necessidades de 18.000 pessoas e consistem em doses antirretrovirais, testes de carga viral e testes de detecção precoce para recém-nascidos

Rodrigo Paz: novo presidente da Bolívia (LUIS GANDARILLAS/AFP)

Rodrigo Paz: novo presidente da Bolívia (LUIS GANDARILLAS/AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de novembro de 2025 às 17h14.

O governo dos Estados Unidos anunciou neste domingo, 9, a doação de medicamentos e testes de diagnóstico para pessoas com HIV na Bolívia, que servirão para cobrir essa necessidade durante os próximos meses, como parte da restituição de relações ao nível de embaixadores entre os dois países após 17 anos.

"Anuncio uma doação de medicamentos e diagnósticos avaliada em US$ 700.000 para tratamento de HIV, uma terrível doença que teve problemas em receber estes medicamentos e diagnósticos", declarou o subsecretário de Estado dos EUA, Christopher Landau.

Landau está na Bolívia por ocasião da posse, neste sábado, do novo presidente boliviano, Rodrigo Paz, e informou sobre a doação junto ao representante presidencial, Fernando Aramayo, nas instalações da chancelaria boliviana.

O subsecretário de Estado americano explicou que a entrega de medicamentos é realizada porque estes "não têm estado disponíveis na Bolívia", razão pela qual servirão para cobrir a necessidade das pessoas que padecem do vírus "durante os próximos quatro ou cinco meses".

A Bolívia enfrenta desde o início de 2023 uma escassez de dólares que provocou restrições na emissão de divisas no sistema financeiro, o que também influenciou no aumento dos custos de importação de vários produtos, entre eles os medicamentos.

A embaixada dos EUA na Bolívia especificou em um comunicado que os medicamentos cobrirão as necessidades de 18.000 pessoas e consistem em doses antirretrovirais, testes de carga viral e testes de detecção precoce para recém-nascidos.

Além disso, Landau expressou que este gesto de cooperação dos EUA com a Bolívia é uma forma "concreta" de "evidenciar a amizade" e uma "nova etapa das relações entre ambos os países que, por razões ideológicas, estiveram distanciados".

"Houve um distanciamento que nos doeu e nos dá grande prazer restabelecer os vínculos tradicionais de amizade", salientou.

Por sua parte, Aramayo disse que "17 anos depois restabelecemos uma relação de irmandade com um país que demonstrou estar sempre à altura dos desafios que a Bolívia enfrenta".

Além disso, sustentou que a Bolívia atravessa um momento em que necessita de "alianças e colaborações", principalmente para os pacientes com HIV que enfrentaram dificuldades para acessar medicamentos.

Na véspera, Landau e Paz anunciaram o restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Bolívia em nível de embaixadores após 17 anos.

Paz expressou várias vezes sua vontade de restituir as relações com os EUA, que se mantêm em nível de encarregados de negócios desde 2008, quando o ex-presidente Evo Morales expulsou da Bolívia o embaixador americano no país, Philip Goldberg.

Morales (2006–2019) também expulsou as agências americanas de cooperação e antidrogas, acusando-as de uma suposta conspiração contra seu governo, algo que a Casa Branca negou.

Morales e o agora ex-presidente Luis Arce (2020–2025), ambos de esquerda, expressaram nas últimas semanas sua preocupação diante de um possível retorno à Bolívia da Administração de Controle de Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês).

Paz sustentou no sábado que "todas as instituições, não só dos EUA, mas dos países fronteiriços com a Bolívia que queiram trabalhar conjuntamente e ao nível mundial para fazer da Bolívia um país mais seguro, onde o ilícito não é parte do cotidiano, estarão na Bolívia".

Acompanhe tudo sobre:BolíviaEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Paralisação nos EUA deixa o Fed no escuro sobre inflação e empregos

Trump diz que pagará US$ 2 mil a americanos por conta de tarifaço

COP30: Trump chama estrada construída em Belém de 'grande escândalo'

Geopolítica da COP30: Brasil e Europa mais próximos — e EUA distante