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EUA dizem que suspenderão sanções à Venezuela se governo mudar de política

Segundo subsecretário, os EUA não recompensarão "más condutas", nem serão "cúmplices" do "saque" à Venezuela por parte de seus governantes

Estados Unidos: "Com prazer reverteremos essas sanções financeiras quando o governo ou os funcionários mudarem seu rumo", afirmou subsecretário (AFP/AFP)

Estados Unidos: "Com prazer reverteremos essas sanções financeiras quando o governo ou os funcionários mudarem seu rumo", afirmou subsecretário (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 30 de abril de 2018 às 17h59.

Os Estados Unidos estão dispostos a suspender as sanções econômicas contra a Venezuela se houver mudanças políticas e econômicas favoráveis ao povo venezuelano, disse nesta segunda-feira (30) um funcionário de alto escalão do governo americano.

"Com prazer reverteremos essas sanções financeiras quando o governo ou os funcionários mudarem seu rumo", afirmou Michael Fitzpatrick, subsecretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental.

"Quando houver vontade de restabelecer a prestação de contas sobre o controle dos fluxos financeiros, quando puderem e desejarem reinvestir no país, quando tiverem vontade de dar simples passos para respeitar a Constituição e a Assembleia Nacional (corpo legislativo), de abrir canais humanitários, esse tipo de coisa poderia reverter as sanções", informou.

A mensagem é clara, garantiu o funcionário: os Estados Unidos não recompensarão "más condutas", nem será "cúmplice" do "saque" à Venezuela por parte de seus governantes.

Fitzpatrick considerou "falso" que o agravamento da crise econômica venezuelana se deva às sanções impostas por Washington, como afirma o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

"É um argumento falso porque o colapso da economia venezuelana é muito anterior ao início das medidas econômicas dos Estados Unidos contra o regime, que recém começaram a ser aplicados em agosto passado", disse durante um fórum sobre a crise humanitária na Venezuela.

Nos últimos meses, o governo de Trump aplicou várias sanções econômicas contra Maduro e funcionários ou ex-funcionários venezuelanos, além de proibir entidades americanas de negociarem a dívida do Estado venezuelano ou de sua petroleira PDVSA, e comercializar com o petro, a criptomoeda lançada por Caracas.

Segundo Fitzpatrick, "as coisas pioraram na Venezuela", com maior restrição do espaço democrático e hiperinflação, mas a crise humanitária e o "êxodo maciço" são resultado do governo de Maduro.

"As origens dessa crise política e econômica estão, de fato, em decisões políticas e econômicas do regime. Não houve um terremoto ou uma tsunami", afirmou.

"Está muito claro, as pessoas fogem, vão embora. Como disse Ronald Reagan, as pessoas votam com os pés", acrescentou.

A Venezuela celebrará eleições presidenciais em 20 de maio, nas quais Maduro tentará a reeleição.

Washington, que considera o governo de Maduro uma "ditadura" que ameaça a segurança nacional e os interesses americanos, declarou essas eleições ilegítimas.

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