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EUA apreende 13 mil barris de produtos químicos e diz que material seguiria para cartel no México

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou a companhia Guangzhou Tengyue

Índia (Getty Images)

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AFP
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Agência de notícias

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 21h10.

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira, 3, a apreensão de 13 mil barris com aproximadamente 300 mil kg de produtos químicos utilizados na fabricação de metanfetamina que, segundo as autoridades federais, seguiam da China para o Cartel de Sinaloa no México.

A procuradora federal para o Distrito de Columbia (Washington D.C.), Jeanine Pirro, viajou ao Texas (sul) para realizar o anúncio ao lado do diretor interino do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês), Todd Lyons, no que chamaram de "a maior apreensão de precursores químicos para drogas realizada pelos Estados Unidos".

Trata-se de "dois carregamentos de substâncias químicas, transportados em duas embarcações diferentes em alto-mar e enviados ao Cartel de Sinaloa no México. Da China para o México. O porto de saída principal era Xangai, China, e o de chegada, México", disse Pirro em um armazém na cidade de Pasadena, a sudeste de Houston.

A funcionária detalhou que a operação foi realizada na semana passada em alto-mar, sem fornecer mais detalhes. Lyons, por sua vez, comentou que parceiros internacionais ajudaram o pessoal americano a reunir a carga no Panamá e levá-la ao porto de Houston.

São insumos como álcool benzílico e N-metilformamida "que seriam utilizados para fabricar 189 mil kg de metanfetamina, cujo valor nas ruas de Houston chegaria a 569 milhões de dólares", cerca de R$ 3 bilhões na cotação atual.

Pirro explicou que a apreensão foi possível depois que o presidente Donald Trump e o secretário de Estado Marco Rubio declararam o Cartel de Sinaloa como uma organização terrorista estrangeira.

Segundo Lyons, titular do ICE, ao considerarem o Cartel de Sinaloa terrorista, as autoridades federais têm agora um campo de ação maior, como "a capacidade de rastrear" os insumos, inclusive antes de chegarem ao país.

A procuradora federal assegurou que, "diariamente, toneladas de substâncias químicas utilizadas para criar drogas sintéticas como a metanfetamina e o fentanil são enviadas da China ao México em uma guerra não declarada da China contra os Estados Unidos e seus cidadãos".

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos sancionou a companhia Guangzhou Tengyue, uma empresa química que opera na China e que se dedica à fabricação e venda de opioides sintéticos para americanos.

Também sancionou os indivíduos Huang Xiaojun e Huang Zhanpeng, representantes da Guangzhou Tengyue, que participaram diretamente na coordenação dos envios desses insumos aos Estados Unidos. Eles também foram denunciados criminalmente pelo FBI, a polícia federal americana.

Segundo as autoridades dos Estados Unidos, a overdose de opioides continua sendo a principal causa de morte de seus cidadãos com entre 18 e 45 anos, e empresas sediadas na China são as fontes principais de precursores químicos do fentanil e de outros opioides ilícitos que entram no território americano.

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