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Em dia de feriado religioso, Índia tenta fazer as pessoas ficarem em casa

Nesta segunda-feira, a Índia celebra um dos feriados religiosos mais importantes do país e o governo tenta manter as medidas de quarentena contra a covid-19

NOVA DELHI: existe um risco de a pandemia levar a um grande caos social e econômico no país (Danish Siddiqui/Reuters)

NOVA DELHI: existe um risco de a pandemia levar a um grande caos social e econômico no país (Danish Siddiqui/Reuters)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 6 de abril de 2020 às 06h55.

Última atualização em 7 de abril de 2020 às 14h11.

Com uma população de mais de 1,3 bilhão de habitantes, a Índia enfrenta nesta semana o grande desafio de convencer as pessoas a permanecerem em suas casas mesmo durante a celebração de dois grandes feriados religiosos que ocorrem nesta segunda e quarta-feira.

O número de casos confirmados da covid-19 na Índia passa de 3.500, e 83 mortes foram registradas. Embora os números sejam relativamente pequenos (no Brasil já são 11.100 casos e 486 mortes), a Índia é um dos países que implementaram algumas das medidas mais duras para conter a pandemia do novo coronavírus. No dia 24 de março, o primeiro-ministro Narendra Modi decretou o fechamento completo (“lockdown”) de todos os serviços e comércios não-essenciais no país e também de todos os serviços de transporte. O fechamento deve durar inicialmente até o dia 14 de abril, mas as autoridades do país já consideram estender o prazo nas regiões mais afetadas pela epidemia.

No fim de semana, centenas de milhões de indianos atenderam a um pedido do primeiro-ministro para apagar as luzes de suas casas na noite de domingo e acender uma vela por 9 minutos como forma de demonstrar solidariedade ao combate à epidemia.

O grande número de pessoas que vivem abaixo do nível da pobreza é um desafio à parte para a Índia nos esforços contra o vírus, e existe um risco de a pandemia levar a um grande caos social e econômico no país. Antes de o governo impor o fechamento do país, milhares de indianos tentaram retornar às suas vilas rurais no interior como forma de se proteger e garantir o acesso à comida e materiais básicos. Cientistas temem que depois da China, da Europa e dos Estados Unidos, os países em desenvolvimento, entre eles a Índia, possam se tornar os novos epicentros da pandemia.

Num país acostumado a taxas de crescimento do PIB acima de 5% ao ano, a economia indiana deve ser duramente impactada pela crise. A consultoria de análise econômica Capital Economics estima um crescimento de apenas 1% do PIB para 2020, o menor ritmo de expansão desde 1979. O governo já anunciou medidas de estímulo no valor de mais de 23 bilhões de dólares e incrementos em programas sociais e de distribuição de alimentos. Entretanto, o contágio do coronavírus ainda parece estar só no começo.

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