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Eleições em Portugal: premiê que anunciou expulsão de imigrantes deve se reeleger

Luís Montenegro é favorito na votação marcada para este domingo

Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática, durante comício em Lisboa (Filipe Amorim/AFP)

Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática, durante comício em Lisboa (Filipe Amorim/AFP)

Publicado em 18 de maio de 2025 às 06h01.

O conservador Luís Montenegro é apontado como favorito para vencer as eleições em Portugal neste domingo, 18. Ele, que renunciou ao cargo em março, após perder uma votação de confiança, promete endurecer as regras contra a imigração irregular.

Seu governo foi acusado pela esquerda de tentar atrair os eleitores da extrema-direita ao anunciar a expulsão de 18.000 imigrantes irregulares durante a campanha eleitoral. A gestão promete endurecer as regras, em meio a um aumento forte dos estrangeiros no país. Entre 2017 e 2024, o número de residentes estrangeiros em Portugal quadruplicou, atingindo 15% da população total.

Em 2024, o governo mudou regras que facilitavam a imigrantes se estabeleceram no país. Uma das medidas suspensas foi a possibilidade de se regularizar apenas com base em uma promessa de trabalho, sem que a vaga estivesse efetivada.

O que dizem as pesquisas em Portugal?

A coalizão de Montenegro, a Aliança Democrática (AD), tem 34% dos votos, em comparação com 26% do Partido Socialista (PS), segundo uma pesquisa publicada nesta sexta-feira pela imprensa local.

O partido de extrema-direita Chega pode obter 19% dos votos, um resultado levemente superior ao das legislativas de março de 2024. Se assim for, consolidará sua posição como a terceira maior força política do país.

O presidente do Chega, André Ventura, um ex-comentarista esportivo de 42 anos, foi forçado a abandonar a campanha na reta final, após desmaiar duas vezes na terça e quinta-feira em frente às câmaras de televisão.

Segundo a pesquisa, realizada pela Universidade Católica Portuguesa, a Aliança Democrática pode conquistar até 95 das 230 cadeiras da Câmara, bem abaixo das 116 para uma maioria absoluta de deputados.

Montenegro pode se ver novamente liderando um governo minoritário, dividido entre os socialistas, que estiveram no poder de 2015 a 2024, e a extrema direita, com quem se recusa a governar.

O advogado de 52 anos foi forçado a renunciar em março, acusado de conflito de interesses em um caso relacionado às atividades de sua empresa de consultoria. A renúncia, após um voto de desconfiança no qual foi derrotado, levou às eleições antecipadas deste domingo.

Risco calculado

Neste contexto, "manter-se no poder já seria um bom resultado" para o primeiro-ministro, que assumiu "o risco calculado" de provocar novas eleições e tentar agora reforçar o seu grupo parlamentar, disse à AFP Paula Espírito Santo, cientista política do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa.

Pesquisas de opinião parecem descartar a hipótese de maioria absoluta para a Aliança Democrática.

Mas Montenegro pode ganhar apoio do partido Iniciativa Liberal, que tem 7% dos votos e um máximo de 13 cadeiras, segundo projeções.

"O que queremos é uma maioria mais importante", disse ele na quinta-feira, acrescentando que está pronto para governar "seja qual for a amplitude da vitória".

Montenegro espera ter ganhado pontos em seu curto mandato, após reajustar as aposentadorias e aumentar os salários de diversas categorias de servidores públicos.

O candidato socialista Pedro Nuno Santos, economista de 48 anos, voltou a acusar o primeiro-ministro em final de mandato de ter "provocado as eleições para não se explicar" sobre a sua empresa de consultoria a uma comissão parlamentar de inquérito.

Com AFP.

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