Mundo

Egito expulsa embaixador da Turquia

Governo egípcio não gostou das declarações do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan condenando a repressão dos islamitas no país


	Recep Tayyip Erdogan em encontro no Parlamento turco em Ancara
 (Adem Altan/AFP)

Recep Tayyip Erdogan em encontro no Parlamento turco em Ancara (Adem Altan/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2013 às 10h06.

Cairo - O Egito expulsou neste sábado o embaixador da Turquia, após as declarações do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan condenando a repressão dos islamitas pelas novas autoridades egípcias, anunciou o Ministério das Relações Exteriores.

Além disso, o embaixador egípcio, chamado em 15 de agosto para retornar ao Cairo, não voltará para Ancara, e o nível da missão diplomática egípcia na Turquia será reduzido a apenas um encarregado, segundo o ministério.

A Turquia prometeu medidas de reciprocidade após esta expulsão.

As relações diplomáticas entre os dois países estão comprometidas desde a destituição e prisão pelo exército egípcio do presidente islamita Mohamed Mursi em 3 de julho, poucos dias depois de milhões de egípcios irem às ruas para exigir a saída do primeiro e único chefe de Estado eleito democraticamente no país.

Os manifestantes acusavam Mursi de querer islamizar a sociedade e concentrar o poder em favor da Irmandade Muçulmana, à qual pertence.

O embaixador turco Huseyin Avni Botsali foi convocado neste sábado a comparecer no Ministério egípcio das Relações Exteriores, onde foi informado que é "persona non grata" no país, indicou à AFP Badr Abdelaty, porta-voz do ministério.

Esta decisão foi tomada devido às declarações de Erdogan que "constituem uma ingerência inaceitável nos assuntos internos do Egito e são uma provocação", acrescentou.

Erdogan, um islamo-conservador próximo de Mursi e da Irmandade Muçulmana, criticou a repressão sangrenta pelas novas autoridades dos partidários do presidente destituído e a perseguição sofrida pelos membros da Irmandade Muçulmana.

Desde o dia 15 de agosto, o dia após a dispersão sangrenta de manifestações pró-Mursi no Cairo, mais de mil pessoas foram mortas.

Erdogan condenou os "massacres de manifestantes pacíficos".

No mesmo dia, os dois países anunciaram a convocação de seus embaixadores para consultas. O embaixador turco retornou ao Cairo no início de setembro, mas o embaixador egípcio nunca mais voltou a Ancara.

Ancara e Cairo também cancelaram manobras navais conjuntas previstas para outubro.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaÁsiaEgitoEuropaIrmandade MuçulmanaMohamed MursiPolíticosTurquia

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'