Repórter
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 07h05.
O Egito, mediador-chave entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, exigiu nesta segunda-feira, 20, que ambos cumpram suas obrigações estipuladas no acordo assinado no último dia 10, que garantiu o cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores egípcio, o chefe da diplomacia do país, Badr Abdelaty, "destacou a importância crucial do compromisso de ambas as partes do acordo de Sharm el Sheikh com o cessar-fogo em Gaza".
Abdelaty também "enfatizou que respeitar o acordo representa um passo fundamental para consolidar o cessar-fogo, pôr fim à guerra de forma permanente e reduzir o sofrimento humanitário na Faixa de Gaza".
O egípcio, cujo país mediou o acordo de Sharm el Sheikh junto com Estados Unidos, Catar e Turquia, fez este pedido durante uma conversa telefônica que manteve separadamente com seus homólogos francês, Jean-Noël Barrot, e dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, com os quais "abordou a rápida evolução dos acontecimentos em Gaza e a necessidade de apoiar a segurança e a estabilidade na região".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 19, que o cessar-fogo na Faixa de Gaza continua em vigor.
“Houve alguns disparos, e acreditamos que talvez os líderes do Hamas não estejam envolvidos nisso. São alguns rebeldes internos. De qualquer maneira, vamos lidar com isso com rigor, mas adequadamente”, afirmou o presidente americano.
Questionado por um repórter se o cessar-fogo seguia vigente, Trump respondeu: “Sim”.
Israel realizou diversos ataques aéreos na Faixa de Gaza neste domingo, 19. Ao menos 20 pessoas morreram.
Os bombardeios ocorreram após supostos confrontos entre milicianos de Gaza e tropas israelenses no início do dia.
De acordo com autoridades locais, seis pessoas morreram em frente a um café em Deir al Balah, no centro de Gaza, e outras três em Nuseirat, onde um prédio usado pela polícia local foi destruído.
Em Jabalia, no norte, seis vítimas foram registradas, enquanto em Al Mawasi, uma mulher e duas crianças morreram após ataque a um acampamento de refugiados.
Em Zawaida, um chalé atingido pelas forças israelenses abrigava a empresa Palestinian Media Production, que presta serviços à rede Al Jazeera.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou ter ordenado uma “ação enérgica contra alvos terroristas” em resposta a um ataque armado contra soldados israelenses em Rafah, no sul da Faixa.
Segundo a Reuters, o governo israelense alega que combatentes do Hamas lançaram um míssil antitanque e abriram fogo contra suas tropas.
Já o braço armado do Hamas negou envolvimento nos confrontos e reafirmou compromisso com o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos no início de outubro.
Os bombardeios também afetaram a chegada de comboios de ajuda humanitária à região.
Uma fonte do Crescente Vermelho egípcio informou à EFE que diversos caminhões com alimentos, produtos médicos e itens de higiene retornaram ao Egito após ataques israelenses na área de Rafah.
O cruzamento de Rafah, que liga Gaza ao Egito, permanecerá fechado, segundo fontes locais. A passagem estava prevista para reabrir nesta segunda-feira, 20.
Entretanto, Netanyahu declarou que a reabertura será “avaliada conforme o cumprimento das obrigações do Hamas”, incluindo a devolução dos corpos de reféns israelenses.
*Com informações da EFE