Mundo

Democratas propõem lei para conceder cidadania a imigrantes ilegais

Se aprovado na Câmara de maioria democrata, o projeto deve passar no Senado, de maioria republicana, e posteriormente por Trump

EUA: milhares de imigrantes amparados por programas de proteção podem conseguir cidadania americana (Go Nakamura/Reuters)

EUA: milhares de imigrantes amparados por programas de proteção podem conseguir cidadania americana (Go Nakamura/Reuters)

E

EFE

Publicado em 12 de março de 2019 às 14h49.

Washington — Os democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos apresentaram nesta terça-feira um projeto de lei que busca conceder acesso legal à cidadania americana para milhares de imigrantes amparados por programas de proteção.

A iniciativa afetaria os beneficiados pelos programas Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca), Status de Proteção Temporário (TPS) e Proteção Diferida de Saída Forçada (DED).

"É um importante projeto de lei que protege os direitos de todos os beneficiados de Daca, TPS e DED. Foi uma das dez prioridades da nova maioria democrata na Câmara dos Representantes", afirmou a congressista Lucille Roybal-Allard, coutora do projeto, em entrevista coletiva no Capitólio.

Em discurso, Roybal-Allard explicou que a lei "concede um caminho à cidadania aos "sonhadores" (como são conhecidos os beneficiados pelo Daca), que chegaram aos EUA sendo menores de idade e que viveram no país de maneira contínua durante os últimos quatro anos".

Entre outras questões, a lei, conhecida como H.R. 6, abre a porta "para certos" jovens que estavam protegidos pelo Daca e que foram deportados do país pelo governo do presidente Donald Trump.

Quem iniciou a entrevista coletiva foi a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, que disse estar "muito orgulhosa" de apresentar o projeto de lei como uma das suas prioridades legislativas à frente do partido.

"Os democratas estão muito orgulhosos de estarem hoje aqui com os beneficiados dessses programas quando estamos dando um passo muito importante para proteger o seu futuro", declarou Pelosi.

A iniciativa, que provavelmente será aprovada na Câmara dos Representantes, também precisa ser autorizada pelo Senado, de maioria republicana, para que posteriormente Trump decida se aceitará ou não a proposta.

O cenário no Senado, com 53 republicanos e 47 democratas, é pouco favorável para que a lei seja aprovada, embora alguns senadores conservadores possam ver a legislação com bons olhos, segundo a imprensa local.

Desde que chegou à Casa Branca, Trump tentou suspender o Daca e cancelou o TPS para Haiti, Nicarágua, El Salvador e Honduras, obrigando os cidadãos desses países a escolherem entre buscar outras vias para legalizar a sua situação, viver sem documentação ou retornar à terra natal.

O Daca protege os beneficiados da deportação e em certos casos concede a eles uma licença de trabalho temporária e uma carteira de motorista, que devem ser renovadas a cada dois anos.

O TPS foi criado em 1990. Através dele os EUA concedem permissões de forma extraordinária aos cidadãos de países afetados por conflitos bélicos ou desastres naturais.

Similar ao TPS, o DED permite adiar a deportação de pessoas que poderiam correr perigo se fossem enviadas aos países onde há instabilidade política ou desastres naturais.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)ImigraçãoPartido Democrata (EUA)

Mais de Mundo

Trump emite vaga ameaça contra Afeganistão por base aérea de Bagram

Venezuela treina militarmente civis diante de possível ataque dos EUA

Amazon, Microsoft e outras big techs alertam funcionários com visto H-1B a voltarem para os EUA

Custo de US$ 100 mil para o visto H-1B nos EUA só se aplica a novos pedidos, esclarece Casa Branca