SEOUL, SOUTH KOREA - JUNE 04: Lee Jae-myung, the presidential candidate of the Democratic Party and his wife Kim Hea-Kyung celebrate in front of the National Assembly on June 04, 2025 in Seoul, South Korea. Democratic Party (DP) candidate Lee Jae-myung was certain to win the presidential election as the vote count surpassed the halfway point Wednesday. (Photo by Chung Sung-Jun/Getty Images) ( Chung Sung-Jun /Getty Images)
Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 12h12.
O governo da Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira, 13, a construção de um bunker nuclear na capital de Seoul para 2028. Localizado abaixo de um conjunto habitacional, o refúgio de 2.147 metros quadrados acomodará até 1.020 pessoas.
Equipado contra ameaças químicas, biológicas e nucleares, o bunker conta com sistemas de ventilação, saneamento, água e suprimentos para proteger ocupantes por até 14 dias.
O bunker se localizará no terceiro nível do subsolo do conjunto habitacional, cuja construção está planejada para o mesmo ano.
Quando não estiver ocupado devido a emergências, local será usado como centro esportivo para a comunidade.
O país apresenta mais de 19.000 bunkers em seu território nacional, e cerca de 3.200 em Seoul. Todavia, a vasta maioria destes é localizada em estações de metrô ou no subsolo de residências privadas e não são feitos para aguentar ataques nucleares.
Por mais que se localize abaixo de conjunto habitacional, o novo bunker também é voltado para uso civil.
O refúgio será o primeiro desenhado especificamente para resistir a ameaças nucleares na cidade de Seoul.
A medida vem em parte como precaução contra ameaças da Coreia do Norte, principalmente após um desfile militar de Kim Jong-Un no qual novos mísseis foram demonstrados, nessa sexta-feira dia 10.
Esses mísseis são capazes de ser equipados com ogivas nucleares e podem alcançar alvos em toda a Coreia do Sul.
De acordo com depoimentos do presidente Lee Jae Myung, o caminho mais realista para a resolução dessas ameaças seria conseguir congelar os programas de desenvolvimento de armas atômicas da Coreia do Norte.
Todavia, Pyongyang tem recusado aberturas diplomáticas até então.
Instabilidade de segurança global, como a guerra da Ucrânia, também foram citados pelo governo de Seoul como fatores importantes.
“Como as ameaças modernas são diferentes das do passado, estamos lançando este projeto para ampliar o papel dos abrigos de defesa civil. Esperamos que isso marque um novo passo para proteger melhor os cidadãos e melhorar o sistema de segurança de Seul”, disse um funcionário da prefeitura em entrevista ao The Korea Herald, um jornal sul-coreano.
A longo prazo, a medida também faz parte de um aumento nos gastos em defesa da Coreia do Sul.
Para 2026, o orçamento de defesa na Coreia do Sul aumentará em 8,2% totalizando 66,3 trilhões de won, ou cerca de 254 bilhões de reais. O presidente Lee Jae Myung aponta que a paz só será possível sobre uma fundação sólida de segurança.
No dia primeiro desse mês, aniversário de 77 anos das forças armadas do país, o presidente fez comentários reforçando a importância da autossuficiência.
“O momentum para cooperação e prosperidade compartilhada está enfraquecendo ao redor do mundo, e estamos entrando em uma era de mais conflitos, onde é cada um por si. Para garantir a paz e a prosperidade na República da Coreia, não podemos depender de mais ninguém mas devemos aumentar nosso próprio poder”, afirmou.
De acordo com o presidente, os gastos do país com defesa já são 1,4 vezes maiores do que todo o produto interno bruto da Coreia do Norte.