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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, discursa durante um comício em 8 de novembro de 2025 em Houston, Texas. (Brandon Bell/Getty Images)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 14h48.
Belém - Os Estados Unidos foram um dos poucos países a não enviar delegação oficial para a COP30. É a primeira vez na história da conferência que os americanos fazem isso.
Além dos EUA, ficaram de fora apenas Afeganistão, Mianmar e San Marino, de um total de 198 países e partes que integram a UNFCCC, a convenção da ONU sobre as mudanças climáticas.
Os três países não costumam comparecer a COPs, ao contrário dos Estados Unidos, que já foram um dos países mais engajados na questão climática.
Em julho de 2024, por exemplo, a então secretária do Tesouro dos Estados Unidos, se reuniu em Belém com autoridades brasileiras, para anunciar investimentos americanos no desenvolvimento da Amazônia.
Os americanos, no entanto, mudaram de postura várias vezes nos últimos anos. Em 2015, o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, apoiou o tratado. No ano seguinte, contudo, Donald Trump foi eleito presidente e retirou os EUA do acordo após tomar posse.
Em 2021, nova reviravolta. O presidente Joe Biden, ex-vice de Obama, levou o país de volta ao acordo e lançou uma série de ações para estimular novas fontes de energia. Porém, Trump voltou à Casa Branca este ano, e retirou novamente os Estados Unidos do acordo climático.
Um dos seus lemas de campanha é "drill, baby, drill", um chamado a aumentar a exploração de petróleo.
No entanto, governadores, senadores e deputados americanos de oposição estarão em Belém e buscarão promover medidas que estão tomando a nível regional para conter as mudanças climáticas, como adotar ônibus elétricos e aumentar o uso de energia eólica e solar.
Um dos principais nomes americanos na COP30 é o governador da Califórnia, Gavin Newsom.
"Estou ciente de que meu país e sua liderança em Washington DC não estão aqui. Mas tudo que quero dizer é que a Califórnia é um parceiro estável. Acreditamos no crescimento verde e de baixo carbono", disse Newsom, em um evento pela manhã.
Assim, a COP mostra também outro movimento geopolítico: o avanço do protagonismo de autoridades locais, que podem agir em direção contrária à de presidentes dos países.