Mundo

COP 26: ONU defende financiamento bilionário a países como o Brasil

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, cobra promessa de doação de 100 bilhões dólares a países pobres e em desenvolvimento para redução de emissões de poluentes

António Guterres, secretário-geral da ONU, discursa durante a COP 26 (Yves Herman - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)

António Guterres, secretário-geral da ONU, discursa durante a COP 26 (Yves Herman - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 1 de novembro de 2021 às 13h01.

Prometido em 2015, durante a COP 21, em Paris, o financiamento anual de 100 bilhões de dólares a países em desenvolvimento, a título de facilitar a transição ambiental e reduzir as emissões de poluentes, nunca saiu do papel. Na ocasião, o grupo das nações ricas, da qual fazem parte os Estados Unidos, França, Espanha e Suécia, se comprometeu a doar a quantia anual até 2020, com o  objetivo é colaborar para a mitigação de impactos das mudanças climáticas e de investimentos em energias renováveis.

Nesta segunda, dia 1º, em Glasgow, António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, reforçou a importância de que a promessa seja cumprida. “A implementação do financiamento de 100 bilhões de dólares por ano a países pobres e em desenvolvimento é crucial”, afirmou durante discurso proferido na cerimônia de abertura da COP 26. Em relação aos rumores de que essa ajuda poderá chegar só em 2023, Guterres disse que o atraso iria prejudicar o suporte aos países na transição ambiental por anos.

Em um tom menos otimista do que o de outros líderes presentes à COP 26, Guterres chamou a atenção para a falta de ações para brecar o avanço das mudanças climáticas. “Deveríamos estar salvando o futuro da humanidade e não continuar fazendo uso de combustíveis fósseis como estamos fazendo”.

Responsável por 30% da emissão de gases do efeito estufa no mundo, a China recentemente aumentou a utilização de carvão na geração de energia. Com a retomada econômica mundial, os preços do gás natural dispararam e o funcionamento de muitas hidrelétricas foi suspenso, o que afetou também a China. Maior produtor mundial de carvão, o país autorizou a abertura de mais de 150 minas em setembro para elevar a capacidade de produção em 220 milhões de toneladas por ano e escapar dos altos preços globais do gás natural.

Os Estados Unidos são considerados o segundo maior emissor de CO2 do mundo (5,7 bilhões de toneladas de metros cúbicos por ano, 11% do total mundial), seguidos pela Índia (6,6%) e União Europeia (6,4%). O Brasil emite 1,5 bilhão de toneladas por ano, atrás de países como a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, e a Rússia.

As emissões devem ser reduzidas em algo ao redor de 45% até 2030, em comparação a 2010, para que a temperatura global não aumente mais do que 1,5 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, de acordo com a comunidade científica.

 

Acompanhe tudo sobre:Países ricosPaíses emergentesONUCOP26

Mais de Mundo

EUA exigem redes sociais em "modo público" para vistos estudantis

Em seu Dia da Independência, Ucrânia lança ataques com drones contra Rússia

Venezuela liberta um grupo de 13 presos políticos, segundo dirigentes opositores

Primeiro-ministro do Canadá diz que garantia de segurança para a Ucrânia 'não são escolha da Rússia'