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Conclave: como a fumaça fica preta ou branca?

O uso da fumaça como indicador do andamento das votações é uma tradição que remonta há séculos

A fumaça preta é produzida pela queima de cédulas com o nome dos candidatos e por um produto químico que torna a fumaça escura (Alberto Pizzoli/AFP)

A fumaça preta é produzida pela queima de cédulas com o nome dos candidatos e por um produto químico que torna a fumaça escura (Alberto Pizzoli/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 7 de maio de 2025 às 16h27.

O Conclave, ritual que define o próximo papa da Igreja Católica, é um dos eventos mais observados do mundo. Um dos momentos mais aguardados ocorre quando a fumaça é liberada da chaminé da Capela Sistina. A cor da fumaça – preta ou branca – tem um papel simbólico crucial nesse processo. Nesta quarta, após a primeira votação, a fumaça ficou preta, sinalizando que não houve acordo entre os cardeias para a escolha do sucessor do Papa Francisco.

Como o processo funciona?

O Conclave é uma reunião de cardeais que ocorre após a vacância do papado. Durante o evento, os cardeais se reúnem em um espaço fechado e deliberam sobre quem será o novo líder da Igreja Católica. A cada rodada de votação, um dos momentos mais importantes é o anúncio da cor da fumaça que sai da chaminé da capela.

  • Fumaça preta: Quando a fumaça que sai da chaminé é preta, isso indica que a votação não elegeu um novo Papa. Ou seja, não houve consenso entre os cardeais, e o processo de escolha continua. A fumaça preta é produzida pela queima de cédulas com o nome dos candidatos e por um produto químico que torna a fumaça escura. O Vaticano diz que afumaça preta é produzida por uma mistura de perclorato de potássio, enxofre e antraceno, que é um componente do alcatrão de hulha.

  • Fumaça branca: Quando a fumaça é branca, isso é sinal de que um novo Papa foi eleito. Isso ocorre após uma votação bem-sucedida, onde os cardeais chegaram a um acordo sobre a escolha do novo Papa. A fumaça branca é feita com clorato de potássio, lactose (açúcar do leite) e resina de coníferas, conhecida como rosin, usada por músicos para aumentar o atrito em arcos de violino.

A técnica por trás da fumaça do Conclave

A cor da fumaça não é um simples efeito visual, mas sim o resultado de uma cuidadosa preparação química e simbólica. Para garantir que a fumaça seja visível e precisa, os cardeais utilizam dois tipos de corantes: um para a fumaça preta e outro para a fumaça branca. Durante a queima das cédulas, a mistura para a fumaça preta envolve perclorato de potássio, enxofre e antraceno. Por outro lado, para a fumaça branca, o cloreto de potássio é utilizado, criando a coloração clara que simboliza a eleição do novo Papa.

Nos últimos anos, a tecnologia tem sido aperfeiçoada para garantir que a fumaça seja mais visível e consistente. No passado, a fumaça podia ser difícil de distinguir dependendo das condições climáticas ou da intensidade do vento. Hoje, o sistema foi modernizado para que os fiéis possam ter uma visualização clara do andamento do processo de eleição, independentemente das condições externas.

Fumaça e tradição no Conclave

O uso da fumaça como indicador do andamento das votações é uma tradição que remonta há séculos. A primeira referência ao uso da fumaça data de 1294, quando o Papa Celestino V ordenou que a fumaça fosse usada para anunciar os resultados das eleições papais. Desde então, o processo foi aperfeiçoado, tornando-se um dos símbolos mais reconhecíveis do Conclave.

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