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China aportará US$ 9,2 bilhões em créditos na América Latina e no Caribe, anuncia Xi Jinping

Presidente chinês anuncia querer trabalhar com países sulamericanos em meio a ‘confronto geopolítico’ e ‘protecionismo’

O presidente chinês Xi Jinping ao lado dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva; Gustavo Petro, da Colômbia; e do chileno Gabriel Boric (mais à esquerda) (FLORENCE LO / POOL / AFP)

O presidente chinês Xi Jinping ao lado dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva; Gustavo Petro, da Colômbia; e do chileno Gabriel Boric (mais à esquerda) (FLORENCE LO / POOL / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 13 de maio de 2025 às 08h45.

A China concederá US$ 9,2 bilhões em créditos às nações da América Latina e do Caribe, anunciou nesta terça-feira, 13, o presidente Xi Jinping, durante a inauguração do IV Fórum Ministerial China-Celac, em Pequim.

- Para apoiar o desenvolvimento dos países latino-americanos e caribenhos, a China fornecerá 66 bilhões de yuans (9,2 bilhões de dólares) em créditos - afirmou o mandatário asiático.

O presidente chinês defendeu o fortalecimento das relações com a América Latina e o Caribe em tempos de "confronto geopolítico" e "protecionismo", durante a cúpula com países da Celac.

Na abertura do encontro, que conta com a presença dos presidentes de Colômbia, Brasil e Chile, Xi celebrou o relacionamento cada vez mais estreito entre a China e a região, ao mesmo tempo em que fez críticas veladas aos Estados Unidos.

- Ainda que a China esteja longe da região da América Latina e do Caribe, as duas partes compartilham uma longa história de amizade - afirmou Xi em seu discurso inaugural.

- Diante da maré de confronto geopolítico e de formação de blocos, do avanço do unilateralismo e do protecionismo, a China deseja unir forças com a América Latina - reforçou o dirigente asiático.

Nos últimos anos, o gigante asiático expandiu fortemente sua influência na região, tradicionalmente considerada sob a esfera de influência dos Estados Unidos, e quer acelerar esse processo diante da incerteza geopolítica provocada pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca.

Essa melhora nas relações se reflete especialmente no comércio, com um volume de trocas que ultrapassou os US$ 500 bilhões no ano passado — pela primeira vez: - É 40 vezes mais do que no início do século - destacou Xi.

- Apenas por meio da unidade e da cooperação os países podem garantir a paz e a estabilidade globais, além de promover o desenvolvimento e a prosperidade no mundo - declarou.

'Ameaças e hegemonia'

O discurso ocorre no contexto da ofensiva tarifária de Trump, particularmente agressiva contra a China.

No entanto, os dois países concordaram, na segunda-feira, em suspender por 90 dias as tarifas elevadas que impuseram mutuamente e que abalaram os mercados financeiros globais.

- Não há vencedores em guerras tarifárias ou comerciais - afirmou Xi aos delegados latino-americanos. - A ameaça e a hegemonia levam apenas ao autoisolamento. O mundo de hoje passa por transformações aceleradas jamais vistas em um século, com múltiplos riscos interconectados e sobrepostos - acrescentou.

Entre os presentes na cúpula estão líderes de países tradicionalmente próximos a Pequim, como o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o chileno Gabriel Boric.

Também participou o colombiano Gustavo Petro, presidente pro tempore da Celac, que nesta visita busca assinar uma “carta de intenções” para aderir à iniciativa chinesa do Cinturão e Rota (a nova rota da seda).

Dois terços dos países latino-americanos já aderiram a esse programa trilionário de investimentos do gigante asiático.

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