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Chile intensifica esforços para resgatar mineradores presos em El Teniente

O desabamento foi causado por um terremoto de magnitude 4,2 na escala Richter, registrado na quinta-feira às 17h34 (hora local), a 500 metros de profundidade

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 13h43.

Cerca de 100 brigadistas continuam trabalhando contra o tempo para resgatar os cinco mineradores presos por um desabamento em El Teniente, a maior mina subterrânea de cobre do mundo, a poucas horas do prazo de 48 horas considerado crítico pela empresa proprietária, a estatal chilena Corporação Nacional do Cobre (Codelco).

"Conseguimos avançar cerca de 4 metros (de uma meta de 20), ainda não temos contato com os trabalhadores que estão presos, mas estamos registrando uma diminuição na sismicidade, o que nos permite trabalhar de forma mais fluida", disse o presidente-executivo da Codelco, Rubén Alvarado.

O desabamento foi causado por um terremoto de magnitude 4,2 na escala Richter, registrado na quinta-feira às 17h34 (hora local), a 500 metros de profundidade, no setor de Andesita, uma das áreas mais profundas da mina, localizada na região de O'Higgins, a cerca de 120 quilômetros ao sul da capital chilena.

Os socorristas, alguns dos quais participaram do famoso resgate de 2010 dos 33 mineiros presos por mais de dois meses na mina San José, trabalham sem descanso desde o desabamento e sabem exatamente em que ponto os mineiros estão presos, pois eles contam com dispositivos de geolocalização.

No entanto, como ainda não foi possível estabelecer contato com eles, seu estado de saúde é desconhecido.

"Estamos focados em fazer o contato o mais rápido possível. As primeiras 48 horas são fundamentais", acrescentou Alvarado.

"Resgate em ambiente difícil"

O plano de resgate dos mineradores, que são funcionários da subcontratada Gardilcic, consiste principalmente em remover as rochas que bloqueiam a galeria subterrânea ou o túnel com equipamentos teleguiados para tentar chegar aos trabalhadores.

No último boletim, a empresa informou que já havia removido ao menos 300 das 5 mil toneladas de material.

A própria mineradora de cobre reconheceu ontem que o resgate "ocorre em um ambiente difícil" porque a jazida sofreu "danos" como resultado do terremoto e há ao menos "300 metros lineares severamente danificados e 400 moderadamente".

Até o momento, as causas do sismo são desconhecidas, podendo estar associadas a perfurações resultantes da própria exploração mineira ou à tectônica local, motivo pelo qual o Ministério Público regional de O'Higgins decidiu abrir uma investigação.

A empresa defende que não é o momento de debater as causas do sismo, pois é preciso focar em tirar os mineradores, enquanto os sindicatos de trabalhadores denunciam que o terremoto foi resultado de negligência.

Além dos cinco mineradores presos, o desabamento tirou a vida de Paulo Marín, funcionário de outra empresa contratada da Codelco, e deixou ao menos nove feridos, que conseguiram escapar e estão hospitalizados, fora de risco de morte.

O acidente da última quinta é o mais grave ocorrido em mais de três décadas em El Teniente, cuja pior tragédia aconteceu em 1990, quando seis mineradores morreram em outro acidente.

Atualmente, as operações estão paralisadas nesta mina que produziu 356 mil toneladas de cobre em 2024.

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