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Cameron se desculpa por assessor envolvido em escutas

O primeiro-ministro do Reino Unido pediu desculpas por ter contratado Andy Coulson, considerado culpado por realizar escutas ilegais


	Andy Coulson: considerado culpado hoje pela Justiça por realizar escutas ilegais
 (Carl Court / Getty Images)

Andy Coulson: considerado culpado hoje pela Justiça por realizar escutas ilegais (Carl Court / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 14h37.

Londres - O primeiro-ministro do <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/reino-unido">Reino Unido</a></strong>, David Cameron, pediu 'desculpas' nesta terça-feira por ter contratado como chefe de imprensa de seu gabinete Andy Coulson, considerado culpado hoje pela <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/justica">Justiça</a></strong> por realizar <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/escuta-ilegal">escutas ilegais</a></strong> quando comandava o jornal 'News of the World', de Rupert Murdoch.</p>

A antecessora de Coulson no cargo e antiga aliada de Murdoch no Reino Unido, Rebekah Brooks, foi absolvida das acusações de realizar escutas ilegais de famosos e subornar policiais para obter matérias exclusivas, com as quais o tablóide conseguia vender milhares de exemplares.

Após oito meses de um duro processo no tribunal de Old Bailey, o julgamento teve hoje um desenlace dramático e inesperado, pois o júri considerou Coulson como o único culpado entre os sete acusados, quase três anos depois de escândalo das escutas ilegais surgir.

O resultado foi um duro golpe para Cameron, que durante anos defendeu Coulson das acusações. Diante das câmaras de televisão, muito sério, o primeiro-britânico britânico pediu hoje 'desculpas sinceras' por ter contratado o ex-diretor do 'News of the World', admitiu que se tratou de uma 'decisão equivocada' e assumiu a 'total responsabilidade' pelo fato.

No julgamento pelas escutas ilegais foram absolvidos, além da jornalista de 46 anos, seu marido, Charlie Brooks; sua antiga assistente pessoal, Cheryl Carter; o ex-diretor de segurança do 'News of the World' Mark Hanna e o antigo gerente Stuart Kuttner.

Coulson, também de 46 anos, foi declarado culpado de conspirar para captar ligações telefônicas entre os anos de 2000 e 2006, metades dos quais era o diretor do jornal, até que em 2007 começou a trabalhar para o Partido Conservador.

Em 2010, após a vitória eleitoral do líder conservador, Coulson tornou-se o chefe de comunicação do novo governo, até que, em janeiro de 2011, o escândalo das escutas fez ele renunciar ao cargo.

O caso comoveu a opinião pública britânica e subiu de intensidade quando se descobriu que tinha sido realizado uma escuta ilegal das ligações de uma adolescente que pode ter morrido em função dos grampos.

O escândalo provocou o fechamento, em julho de 2011, do 'News of the World', a publicação de maior tiragem do Reino Unido, e mudou para sempre a imprensa britânica.

Desde então foram detidos, em duas ocasiões, tanto Coulson como Rebekah Brooks, que esteve à frente do jornal entre 2000 e 2003, e que hoje reagiu com emoção ao ser absolvida de realizar as escutas e obstruir a justiça.

A jornalista, que teve um romance de vários anos com Coulson, segundo foi revelado no julgamento, tinha qualificado o processo de 'caça de bruxas' e de 'esbanjamento de dinheiro público', mas hoje não quis fazer declarações.

Após oito dias de deliberações, um júri de oito mulheres e três homens a absolveram. A data do anúncio da sentença de Coulson, que pode ser condenado à prisão, ainda não foi definida.

Todas as decisões foram alcançadas por unanimidade. Ainda falta decidir sobre as acusações de conspiração para causar má conduta profissional contra Andy Coulson e Clive Goodman, ex-correspondente da realeza do 'News of the World', que durante o julgamento admitiu ter contratado um detetive para interceptar ligações dos príncipes William e Harry.

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