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Brasil e Uruguai criam mesa-redonda para enfrentar trabalho infantil na fronteira

Pesquisa revela que 40 mil crianças no Uruguai ainda trabalham; Mercosul atua como plataforma de cooperação para erradicação do problema

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 25 de setembro de 2025 às 10h33.

Com o objetivo de prevenir e erradicar o trabalho infantil na zona de fronteira, autoridades governamentais de Brasil e Uruguai organizaram nesta quarta-feira uma mesa-redonda binacional como parte do Plano Regional do Mercosul.

Durante a reunião, o chefe de Relações Internacionais e Cooperação do Ministério do Trabalho e Previdência Social do Uruguai, Leonardo Batalla, destacou que o espaço criado "é fundamental" para projetar, coordenar, fortalecer e sustentar estratégias abrangentes e eficazes.

De acordo com um comunicado de imprensa da pasta, Batalla também enfatizou a importância da cooperação binacional, porque, segundo ele, "os problemas e as experiências das pessoas que vivem na fronteira não podem ser abordados unilateralmente".

"As fronteiras são espaços de convivência mútua e a atenção efetiva precisa da sinergia de ambos os Estados", explicou o uruguaio, que acrescentou que a Pesquisa Nacional de Atividades de Crianças e Adolescentes de 2024 revelou que no Uruguai cerca de 40.000 crianças e adolescentes realizam algum tipo de trabalho.

O problema é pior nos departamentos (províncias) de fronteira. Andrea Bouret, inspetora-geral adjunta de Trabalho e Previdência Social e presidente do Comitê Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil, disse que o trabalho infantil, especialmente nas áreas de fronteira, é "uma grave violação dos direitos humanos e um obstáculo ao desenvolvimento social e econômico".

Bouret comentou que o Mercosul desempenha um papel importante na erradicação do trabalho infantil ao fornecer uma estrutura para cooperação e políticas conjuntas.

"A criação de mesas-redondas binacionais, como a proposta entre Uruguai e Brasil, é um exemplo direto dessa cooperação, e é responsabilidade de ambos os países garantir que suas ações e funcionamento estejam de acordo com as diretrizes estabelecidas no acordo assinado hoje", disse Bouret.

Na mesma linha, a coordenadora nacional suplente do Uruguai, Natalia Regalot, destacou que o trabalho infantil é um fenômeno complexo e multifacetado que exige respostas abrangentes.

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