Mundo

Blair diz que se arrepende de guerra no Iraque e se desculpa

"Peço humildemente que o povo britânico aceite que tomei aquela decisão porque achei que era a correta, baseando-me na informação de que dispunha"


	Tony Blair: "Expresso pena, arrependimento, e peço desculpas pelo que vocês nunca saberão ou imaginarão"
 (Stefan Rousseau / Reuters)

Tony Blair: "Expresso pena, arrependimento, e peço desculpas pelo que vocês nunca saberão ou imaginarão" (Stefan Rousseau / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 12h14.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair pediu nesta quarta-feira desculpas pela guerra no Iraque, e expressou arrependimento, apesar de insistir em que não mentiu para envolver o Reino Unido no conflito.

"Expresso pena, arrependimento, e peço desculpas pelo que vocês nunca saberão ou imaginarão", escreveu em uma mensagem divulgada após a publicação dos resultados de uma investigação oficial muito crítica em relação ao envolvimento britânico neste conflito.

"Peço humildemente que o povo britânico aceite que tomei aquela decisão porque achei que era a correta, baseando-me na informação de que dispunha", acrescentou.

"Peço que as pessoas se coloquem no lugar de um primeiro-ministro", disse ainda, recordando que o regime de Saddam Hussein "era capaz de realizar ações imprevisíveis e catastróficas".

As conclusões da investigação apontam que o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair levou o país à guerra do Iraque sem esgotar as opções diplomáticas, sem um plano pós-conflito e seguindo de maneira cega os Estados Unidos.

"Chegamos à conclusão de que o Reino Unido escolheu unir-se à invasão do Iraque antes de esgotar as opções de um desarmamento pacífico", explicou em Londres o diplomata John Chilcott, que coordenou a investigação sobre o conflito iniciado em 2003.

"Apesar das advertências explícitas, as consequências da invasão foram subestimadas. O planejamento e os preparativos para o Iraque pós-Saddam foram totalmente inadequados", completou Chilcott.

A investigação é particularmente incriminatória a respeito de Tony Blair, que, segundo Chilcot, prometeu ao presidente americano George W. Bush segui-lo "aconteça o que acontecer", um ano antes do início do conflito.

Acompanhe tudo sobre:EuropaGuerrasIraquePaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

12 pessoas ficam feriadas em ataque com faca em estação de Hamburgo, na Alemanha

Conferência Mundial do Gás em Pequim destaca projetos estratégicos da China e Japão

Grupo de 260 mineradores fica preso após acidente em mina na África do Sul

Fim das negociações nucleares entre Irã e EUA em Roma