Agência de Notícias
Publicado em 24 de junho de 2025 às 16h46.
O fundador da Microsoft, Bill Gates, agora filantropo, declarou nesta terça-feira, 24, que os Estados Unidos, sob o mandato do presidente Donald Trump, realizaram os maiores cortes na ajuda ao desenvolvimento, mas "não estão sozinhos" nessa prática.
"Claro, meu país, os Estados Unidos, fez os maiores cortes. Mas os Estados Unidos não estão sozinhos", afirmou Gates diante em uma audiência na comissão de Desenvolvimento do Parlamento Europeu, em Bruxelas, onde amanhã participará da cúpula da aliança de vacinas Gavi.
O fundador da Fundação Gates disse que "o curto prazo é sombrio", após alguns cortes "completamente inesperados" dos Estados Unidos, que contribuíram para que a ajuda pública "diminuísse em mais de US$ 30 bilhões".
Gates ressaltou que "infelizmente, devido aos desafios de financiamento e aos desafios da dívida, com um mundo que tem muitas prioridades, agora enfrentamos uma crise sanitária global".
"Ao contrário da pandemia, que, como sabem, não foi causada por humanos, esta crise é em grande parte uma criação nossa", o que, acrescentou, faz com que "a pobreza e a fome estejam em ascensão pela primeira vez, e mais crianças morrerão este ano do que no ano passado".
Gates disse que desde o início do século conseguiu-se reduzir a mortalidade infantil pela metade, de 10 milhões para 5 milhões de falecimentos – ao diminuir os casos de doenças como poliomielite, malária ou AIDS – uma "trajetória que tentamos manter para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável" da ONU.
O bilionário – que apontou que 90% das crianças que nascerem em situação de pobreza o farão na África até o final do século – disse que a Europa "sempre foi a região mais generosa do mundo", o que fez uma "enorme diferença, particularmente na saúde global".
"Uma causa com a qual os países ricos e os indivíduos ricos deveriam participar", disse Gates, que se comprometeu a doar para a África a maior parte de sua fortuna, avaliada em US$ 200 bilhões.