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Ataque dos EUA contra dois barcos no Pacífico deixa seis mortos

Ação militar foi anunciada neste domingo, 9 de novembro, pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 16h52.

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As forças armadas dos Estados Unidos realizaram, neste domingo, 9 de novembro, mais um ataque contra embarcações suspeitas de transportar drogas no Pacífico Oriental, que resultou na morte de seis pessoas. A ação foi divulgada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth.

Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Hegseth informou foram lançados dois ataques letais contra dois barcos “operadas por organizações terroristas designadas”, sem identificar publicamente a quais grupos as tripulações estariam vinculadas.

Segundo ele, as embarcações estavam associadas ao tráfico de drogas na região.

"Nossa inteligência sabia que essas embarcações estavam associadas ao contrabando de narcóticos, transportavam drogas e transitavam por uma rota conhecida de narcotráfico no Pacífico Leste", diz Pete Hegseth.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos confirmou que o ataque resultou na morte de todas as pessoas a bordo das embarcações.

"Ambos os ataques foram realizados em águas internacionais e havia três narcoterroristas do sexo masculino a bordo de cada embarcação. Todos os seis foram mortos. Nenhum militar americano ficou ferido".

E acrescentou: "Sob a liderança do Presidente Trump, estamos protegendo a pátria e eliminando esses terroristas de cartéis que desejam prejudicar nosso país e seu povo."

Operação contra o narcotráfico

As forças armadas dos Estados Unidos realizaram 19 ataques que destruíram 20 embarcações e causaram 76 mortes desde o início da operação da Casa Branca, com o objetivo declarado de reduzir o fluxo de drogas ao território norte-americano.

Houve três sobreviventes desses ataques; dois foram detidos brevemente pela Marinha dos EUA antes de serem devolvidos aos seus países de origem. O terceiro foi considerado morto após buscas conduzidas pela Marinha mexicana.

Em audiências com o Congresso, incluindo encontro na semana passada, autoridades admitiram que nem sempre é possível identificar todas as pessoas a bordo antes do ataque. Os ataques são autorizados com base em inteligência que, segundo o governo de Donald Trump, indica ligação das embarcações a um cartel ou organização criminosa.

O governo informou ao Congresso que os EUA estão em “conflito armado” contra os cartéis de drogas desde o primeiro ataque, em 2 de setembro, classificando os mortos como “combatentes ilegais” e sustentando a capacidade de realizar ataques letais sem revisão judicial, com base em uma conclusão confidencial do Departamento de Justiça.

Alguns parlamentares e grupos de direitos humanos questionaram essa conclusão e defenderam que suspeitos de tráfico sejam processados conforme a política de interdição adotada antes do presente governo. O Executivo federal, até o momento, não apresentou provas públicas sobre a presença de narcóticos nas embarcações atingidas ou sobre a conexão direta com cartéis.

Autoridades militares informaram que nenhum integrante das forças armadas americanas sofreu ferimentos nos ataques. O tema suscitou debate sobre limites legais e sobre os mecanismos de responsabilização nas operações no mar.

A distinção entre ação militar e processo penal tem sido central nos debates no Congresso e entre organismos de direitos humanos, que cobram maior transparência nas evidências que justificam ataques letais em alto-mar.

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