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Argentina libera uso de dólares não declarados para estimular economia

Medida do governo Milei pode liberar até US$ 400 bilhões em dólar informal para compras de imóveis, veículos e bens duráveis

Consumo: População poderá usar recursos para imóveis, carros e eletrodomésticos (Emiliano Lasalvia/AFP)

Consumo: População poderá usar recursos para imóveis, carros e eletrodomésticos (Emiliano Lasalvia/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de maio de 2025 às 12h51.

O governo da Argentina anunciou um plano para flexibilizar o uso de dólares não declarados, sem exigência de comprovação de origem, para compras no país.

A proposta foi oficializada nesta quinta-feira, 22, e faz parte do “Plano para a reparação histórica da poupança dos argentinos”, que será formalizado por decreto presidencial e também encaminhado ao Congresso como projeto de lei.

De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, a mudança passará a valer em 1º de junho.

A decisão permite que os cidadãos utilizem dólares guardados fora do sistema bancário — prática comum entre argentinos — para comprar eletrodomésticos, veículos, imóveis e terrenos, entre uotros. A intenção do governo Javier Milei é estimular a atividade econômica e reduzir a informalidade cambial.

a expectativa é de que a medida funcione como um incentivo ao consumo e gere um impacto positivo no crescimento. Estima-se que os argentinos guardem entre US$ 200 bilhões e US$ 400 bilhões em dólares fora do sistema formal — o equivalente a até 66% do Produto Interno Bruto (PIB), hoje estimado em US$ 600 bilhões.

A proposta visa ainda contornar o uso do mercado paralelo de câmbio, conhecido como dólar blue, muito utilizado pela população diante da desvalorização do peso e da inflação persistente.

Críticas de Milei

Na quarta-feira, 21, o  presidente Javier Milei afirmou que muitos argentinos agiram para “se proteger do Estado” ao acumular dólares fora do sistema, e classificou como "heróis" os que escaparam da carga tributária. "Quem tentou se proteger dos políticos ladrões são heróis", disse o presidente em entrevista à uma emissora argentina.

Ele também ironizou os que cumpriram todas as regras fiscais, dizendo que talvez lhes faltasse "talento ou coragem" para escapar do sistema. "Se todos tivessem feito o mesmo, talvez os políticos tivessem parado de nos roubar", afirmou.

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