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Alemanha confirma reunião de UE, EUA e Ucrânia para acordo de paz

Friedrich Merz citou conversa com Donald Trump e defendeu novas garantias de segurança após violações do Memorando de Budapeste

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 22 de novembro de 2025 às 15h53.

Uma delegação da Ucrânia, representantes dos Estados Unidos, e integrantes dos principais países europeus se reúnem neste domingo, 23, em Genebra, na Suíça, para uma nova rodada de consultas sobre um possível acordo de paz que encerre a guerra.

O anúncio foi feito neste sábado pelo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, após a participação na cúpula do G20 em Joanesburgo.

Merz informou que haverá “consultas adicionais” entre o grupo E3 — formado por Alemanha, França e Reino Unido — e representantes da União Europeia. Segundo ele, assessores de política externa já estão a caminho de Genebra, onde manterão encontros ao longo de todo o dia com integrantes do governo americano e enviados da Ucrânia.

O chanceler reiterou que qualquer negociação precisa contar com anuência total de Kiev.

“Naturalmente só pode haver um fim da guerra se existir um consentimento pleno por parte da Ucrânia”, afirmou. Para Merz, conflitos não podem ser encerrados por grandes potências sem considerar os países diretamente afetados.

“Esta é uma guerra que só pode ser terminada com o consentimento da Ucrânia e também com o nosso consentimento, o consentimento europeu”, disse.

Ele acrescentou que o desfecho do conflito terá impacto direto na segurança da Europa. “Se a Ucrânia perder esta guerra e possivelmente entrar em colapso, isso terá consequências para toda a política europeia, para todo o continente europeu”, declarou.

Merz também relatou que, na noite anterior, manteve uma longa conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual reforçou sua posição. Segundo ele, lembrou ao líder americano da atuação da Rússia em relação ao Memorando de Budapeste, assinado em 1994, quando a Ucrânia renunciou ao arsenal nuclear em troca de garantias de segurança. O chanceler destacou que essas garantias não impediram a anexação da Crimeia em 2014, o conflito no Donbass nem a guerra em grande escala iniciada há quase quatro anos.

“A Rússia não cumpriu essa promessa e por isso agora devem ser dadas outras garantias de segurança”, afirmou. Para Merz, é necessário “adotar acordos confiáveis”, e os países europeus — incluindo a Alemanha — estão dispostos a participar do processo de negociação.

Apesar de considerar que existe hoje uma oportunidade para buscar o fim da guerra, o chanceler enfatizou que as partes “ainda estão bastante longe de um bom resultado comum”.

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