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Aeroporto da Califórnia opera sem controladores durante shutdown nos EUA

Democratas e republicanos travam impasse sobre orçamento e subsídios à saúde

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 07h52.

Um aeroporto no sul da Califórnia operou sem controladores de tráfego aéreo na tarde desta segunda-feira, 6, informou o governador do estado, Gavin Newsom, em meio à prolongada paralisação orçamentária do governo dos Estados Unidos, conhecida como shutdown.

O Aeroporto Burbank de Hollywood, que conecta dezenas de cidades americanas, ficou sem pessoal na torre de controle por cerca de seis horas, detalhou o governador.

"Obrigado, @realDonaldTrump!", escreveu Newsom na rede X. "O aeroporto de Burbank está com ZERO controladores de voo das 16h15 às 22h de hoje [das 20h15 às 2h de terça-feira no horário de Brasília] por causa do SEU fechamento do governo", ironizou o democrata.

Impactos do shutdown nos aeroportos

Nesta segunda, os Estados Unidos entraram na segunda semana de paralisação administrativa, após impasse entre republicanos e democratas no Senado em torno do orçamento federal. Centenas de milhares de funcionários de órgãos e agências federais foram afastados, enquanto os considerados essenciais seguem trabalhando, mas com salários temporariamente suspensos.

A Administração Federal de Aviação (FAA) informou que as operações no aeroporto de Burbank registravam atrasos médios de 151 minutos e que havia problemas de pessoal também em outros aeroportos do oeste do país.

Um porta-voz do Burbank disse à AFP que "as operações continuam no terminal" e recomendou aos passageiros que consultassem as companhias aéreas antes de se dirigirem ao local para obter informações atualizadas sobre atrasos ou cancelamentos. Funcionários do aeroporto confirmaram a situação à emissora ABC, acrescentando que uma equipe em San Diego, pouco mais de 200 km ao sul, assumiria temporariamente as funções de controle e comunicação com os pilotos.

Política e consequências

Os democratas se recusam a aprovar o orçamento exigido pelos republicanos para reabrir o governo, a menos que o partido de Trump aceite restabelecer subsídios de saúde e reverter cortes feitos pela ambiciosa "Grande e Bela Lei" promovida recentemente pelo presidente.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o projeto sancionado em 4 de julho deixará 11 milhões de americanos sem cobertura médica. Esse número se somaria aos 4 milhões que perderão o seguro de saúde no próximo ano se os subsídios não forem renovados, enquanto outras 24 milhões de pessoas verão seus prêmios duplicarem.

O último fechamento do governo ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump.

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