Mundo

Acordo de tarifas de Trump visa evitar falta de mochilas e tênis na volta às aulas, diz analista

Os EUA e a China selaram acerto para reduzir taxas de importação por 90 dias

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento sobre educação na Casa Branca, em março  (Roberto Schmidt/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA, durante evento sobre educação na Casa Branca, em março (Roberto Schmidt/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de maio de 2025 às 13h15.

Última atualização em 12 de maio de 2025 às 13h48.

O acordo fechado entre os Estados Unidos e a China para reduzir as tarifas de importação, por 90 dias, anunciado nesta segunda, 12, terá um efeito prático: evitar o risco de escassez de material na volta às aulas.

A avaliação é de Josh Lipsky, chefe de economia internacional no Atlantic Council, um centro de estudos com base em Washington. Para ele, a real motivação do acordo é "a perspectiva de faltarem mochilas, tênis e camisetas em lojas como Walmart e Target quando os pais começarem as compras de volta às aulas", afirma.

Nos Estados Unidos, o ano letivo começa em agosto ou setembro, dependendo do nível. Assim, a temporada de compra de material ocorre no meio do ano. Boa parte dos materiais são importados da China.

Além de livros e mochilas, há grande procura por móveis e itens de casa, já que é comum no país que os jovens mudem de cidade para estudar na universidade.

Em 2021, na época da pandemia, também houve uma onda de escassez de produtos escolares, por conta dos gargalos logísticos como consequência da Covid.

Acordo demorado

Lipsky aponta, ainda, que a negociação de um acordo final poderá demorar bem mais que 90 dias. No primeiro mandato, um acerto foi alcançado após mais de um ano, e o alcance das tarifas era bem menor. "Desta vez é mais complexo. O escopo incluirá fentanil, tecnologia, semicondutores e mais coisas", afirma.

O pesquisador aponta, ainda, que o vaivém da tarifas traz complicações sérias para o comércio internacional."É muito difícil tocar uma economia global com este nível de incerteza. [Tratar o comércio] como um interruptor de liga e desliga via causar algum curto-circuito", diz.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)TarifasChina

Mais de Mundo

Trump diz que pode aliviar sanções à Síria

Trump afirma que seria "estúpido" rejeitar o polêmico avião presenteado pelo Catar

China sinaliza investir R$ 27 bilhões no Brasil em energia, tecnologia, mineração, saúde e logística

Equador exige vacina contra febre amarela a viajantes de 4 países, incluindo o Brasil