Patrocínio:
Joseph Nigri, ex-CEO e herdeiro da Tecnisa, criou a Naara, marca focada em residências de alto padrão para idosos com mais de 75 anos. (Naara/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 28 de junho de 2025 às 09h00.
De 2000 a 2023, proporção de idosos na população brasileira quase duplicou. Em 2046, eles já serão a maior parcela da pirâmide. Em 2070, quase 40% da população do país terá mais de 60 anos.
As projeções são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e serviram como base para que Joseph Nigri, ex-CEO e herdeiro da Tecnisa, criasse a Naara, marca focada em residências de alto padrão para idosos.
O nome significa “moça jovem” em hebraico, ou “espírito jovem” em tupi guarani. Algo que diz muito sobre o projeto, que quer dar autonomia aos idosos, sendo uma alternativa aos tradicionais asilos e casas de repouso.
Por isso, todos os empreendimentos serão equipados com ambulatórios, central de emergência, elevador de maca e vaga para ambulância, tudo voltado para o envelhecimento ativo.
As pessoas com mais de 60 anos — a definição ‘oficial’ de idoso’ —, no entanto, não são o público da Naara, mais voltada para os 75+. “Hoje, na minha visão, é difícil considerar uma pessoa de 60 anos um idoso. Há gente nessa idade correndo maratonas… Mas o fenômeno da longevidade pega todo mundo e, no futuro, eles também serão o nosso público”, explica.
A tese da Naara é que, à medida que a idade chega, as pessoas vendam suas casas maiores — onde provavelmente viviam com os filhos — para comprar um apartamento menor, investido o restante do dinheiro que sobrar.
Atualmente, Nigri ocupa o cargo de vice-presidente do concelho da Tecnisa, empresa fundada por seu pai, Meyer Joseph Nigri, que atua de forma integrada na incorporação, construção e vendas de imóveis.
O terreno para o primeiro empreendimento, que será lançado no segundo semestre de 2028, já foi comprado, em Higienópolis.
O edifício de 26 andares, cujo VGV (valor geral de vendas) é de R$ 160 milhões, terá apartamentos variando de 100 metros quadrados a 140 metros quadrados.
Localizado na Alameda Barros, o empreendimento vai ocupar o espaço do que antes era uma farmácia e um estacionamento.
Os recursos são captados por meio de uma rodada de family & friends, que aporta dinheiro com a família e demais investidores próximos. Hoje, a própria Tecnisa é sócia da Naara — que não constrói e nem incorpora.
Seu papel e encontrar os terrenos e desenvolver os projetos. A incorporação fica por conta de sócios: no caso de Higienópolis, além da Tecnisa, há um outro parceiro, a THINK Construtora, de Marcelo Nudelman.
Apesar do fenômeno da longevidade pegar todas as faixas de renda, a marca foca no alto padrão para conseguir trabalhar com uma margem maior.
“Nos padrões mais baixos, acredito que deveria haver alguma ajuda do governo. Se fosse criado um programa habitacional como o Minha Casa Minha Vida para o senior living, entraríamos”, afirma Nigri.
Depois de Higienópolis, o próximo empreendimento será em Pinheiros.
“O critério para a escolha dos terrenos é que sejam em bairros nobres de São Paulo para um produto vertical e urbano. Geralmente, terrenos menores, de cerca de 1000 metros quadrados, pelos quais imobiliárias tradicionais não se interessariam”, afirma.5