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O que acontece quando o império de um magnata desmorona? Ferraris e vinhos finos entram em jogo

Os bens de um empresário que falhou em pagar um empréstimo imobiliário foram usados como garantia

 (Wikimedia Commons)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 21 de julho de 2025 às 13h10.

No mundo dos negócios, as aparências podem enganar. Um empresário de destaque, conhecido por sua vida extravagante e seu império de empreendimentos milionários, se viu em uma situação delicada quando não conseguiu pagar um empréstimo.

O que parecia ser uma jornada de sucesso, com projetos complexos e bens de luxo, rapidamente se transformou em uma batalha judicial que envolveu até os seus carros de luxo, como Ferraris, e uma coleção exclusiva de vinhos finos.

Esse episódio não apenas expõe os riscos que permeiam o mercado imobiliário de luxo, mas também revela uma realidade nua e crua: no momento em que as contas não fecham, até os bens mais desejados e valiosos podem ser tomados como garantia para saldar dívidas.

O empresário, que antes parecia imbatível, viu seu império ameaçado pela falha em um único financiamento, que sustentava diversos projetos que, sem o pagamento, perderiam seu valor.

A corrida contra o tempo

Tudo começou com o empréstimo, um pilar fundamental para sustentar os grandiosos projetos imobiliários do empresário. Com um financiamento de alto valor, ele tinha um vasto portfólio de empreendimentos, com obras e aquisições que envolviam enormes cifras. No entanto, a crise chegou quando os pagamentos começaram a atrasar.

O que parecia ser uma pequena falha rapidamente escalou, e fez com que os credores, já cautelosos, começassem a ativar as cláusulas contratuais que lhes garantiam a posse das garantias apresentadas: bens pessoais e corporativos, que estavam atrelados ao empréstimo.

Os credores não demoraram para entrar em ação, e o que antes parecia ser um reflexo de sucesso e poder se transformou em um alvo. Entre os itens tomados estavam veículos esportivos raros, que não só representavam status, mas também eram ativos financeiros significativos. E, talvez o mais simbólico, sua adega repleta de vinhos finos, com garrafas que, além de terem valor sentimental, possuíam um preço de mercado altíssimo.

O luxo como moeda de troca

Nos negócios de alto risco, o luxo não é apenas um símbolo de sucesso, mas também uma forma de garantir, ou até proteger, as dívidas. Quando o jogo vira e o empresário não consegue manter os pagamentos, até os bens mais desejados podem ser usados para cobrir falhas financeiras.

O carro que representa conquistas pessoais, a adega que guarda momentos especiais, ou até o relógio de luxo que é visto como símbolo de prestígio – todos esses bens podem ser tomados em um estalar de dedos, transformando o sonho de consumo em uma moeda de troca no mercado financeiro.

Esse fenômeno não é exclusivo de poucos. Nesse contexto, especialmente quando grandes quantias estão em jogo, as garantias de luxo podem ser a única coisa que separa um empresário do fracasso financeiro. E o que parecia ser uma forma de proteger seu futuro, muitas vezes acaba se tornando um fardo quando o equilíbrio financeiro é rompido.

Quem é Charles Cohen e como funciona a legislação nos EUA e Brasil

O protagonista desta história, Charles Cohen é um bilionário do mercado imobiliário, fundador da Cohen Brothers Realty, que já teve um patrimônio estimado em cerca de US$ 3,7 bilhões em 2022 e atualmente gira em torno de US$ 1,6 bilhão, conforme levantamento da Forbes.

Conhecido por seu império de imóveis comerciais, como o icônico 750 Lexington Avenue em Nova York, além de uma paixão por cinema e vinhos finos, Cohen atualmente enfrenta um momento desafiador: a inadimplência de um empréstimo multimilionário que sustentava suas operações levou credores a buscarem a penhora de seus bens pessoais valiosos, como Ferraris e uma coleção exclusiva de vinhos.

Nos Estados Unidos, a legislação relacionada à penhora de bens em caso de inadimplência financeira baseia-se no direito contratual e em processos judiciais que podem levar até a execução forçada das garantias oferecidas no crédito. Isso significa que, quando uma dívida não é paga, o credor pode solicitar ao tribunal a apreensão de bens pessoais ou empresariais vinculados ao empréstimo — sejam imóveis, carros, obras de arte ou coleções valiosas — para serem leiloados e usados para quitar o débito. A eficiência desse processo depende, entre outros fatores, do contrato firmado e do tipo de garantia dada.

Já no Brasil, o sistema de penhora também está previsto no Código de Processo Civil e segue princípios similares, porém a execução pode ser mais burocrática e demorada. O credor pode solicitar ao juiz a penhora de bens do devedor para garantir o pagamento de uma dívida, podendo incluir veículos de luxo, imóveis, joias e itens de valor. Contudo, a lei brasileira prevê certas proteções para o devedor, buscando equilibrar o direito do credor com garantias mínimas à dignidade e à continuidade da atividade econômica do devedor.

No caso de Charles Cohen, a combinação de seu endividamento e a alta visibilidade pública de seus bens tornou esse confronto judicial emblemático — mostrando que, mesmo para magnatas, o patrimônio pessoal pode ser chamado a responder financeiramente diante da inadimplência. Além disso, o caso evidencia a importância da gestão financeira rigorosa e o impacto que a pulverização de garantias de luxo pode ter quando a situação financeira se complica.

Esses mecanismos legais são ferramentas essenciais para o funcionamento dos mercados de crédito, pois oferecem segurança às operações e permitem que credores, bancos e investidores se protejam do risco de perdas enormes. Por outro lado, também chamam a atenção para a fragilidade dos impérios construídos sobre financiamentos complexos em setores voláteis, como o imobiliário.

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