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Repórter de Mercados
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 10h10.
Última atualização em 21 de agosto de 2025 às 12h38.
A Construtora São José enfim vai conseguir dar andamento às obras do edifício St. Barths, localizado na rua Leopoldo Couto Magalhães, uma das mais valorizadas da cidade. Isso acontece graças à compra de cerca de 3,8 mil Cepacs a um total de R$ 67 milhões no leilão de títulos da Operação Urbana Consorciada Faria Lima que aconteceu na última terça-feira, 19.
O prédio está praticamente todo construído desde 2020, mas teve as obras embargadas por desrespeitar os limites de construção — e já quase foi demolido. A luz no fim do túnel para o St. Barths foi a revisão da operação urbana, que abriu caminho para que empreendimentos irregulares pudessem ser regularizados mediante compra de novos Cepacs.
Dos 164,5 mil títulos ofertados no primeiro leilão da sexta distribuição de Cepacs, 94,8 mil foram comprados (57,6%), totalizando R$ 1,6 bilhão. O preço dos títulos ficou em R$ 17,6 mil, sem ágio.
“Com essa aquisição, a construtora regulariza a questão dos títulos. Portanto, a primeira etapa está concluída. Falta, agora, a etapa de vinculação dos Cepacs e a regularização da obra junto à Secretaria Municipal do Licenciamento”, explica Edgard Leite, advogado da construtora, à EXAME.
Leilão de Cepacs mostra apetite pela Faria Lima — mas falta de disputa expõe o limite do mercadoA etapa de vinculação, que acontece na próxima terça-feira, 26, já é dada como certa pelo advogado. Depois, é hora de dar a entrada na regulamentação, que já está toda documentada, segundo Leite.
“O imóvel já atende a todas as disposições urbanísticas, isso é: recuo, coeficiente de ocupação, gabarito de altura... O imóvel estava em ordem, o que faltavam eram os Cepacs”, comemora.
O Saint Barths é um edifício luxuoso de 23 andares a poucos metros da Avenida Faria Lima, com apartamentos que variam de 382 metros quadrados a 739 metros quadrados e cujas propagandas já estavam a todo vapor há quase dez anos.
A área construída é de 14,5 mil metros quadrados em uma das ruas mais caras de São Paulo, com valor médio de R$ 24,8 mil por metro quadrado, segundo o levantamento mais recente da Loft. Isso significa que apenas o terreno chegaria a um valor superior de quase R$ 360 milhões.
As obras do edifício tiveram início de fato em 2018, com a fase de terraplanagem. Em maio de 2019, a estrutura começou a ser erguida e, em março de 2020, os 23 andares do prédio já eram visíveis para toda a vizinhança. Em 2023, a reviravolta: as obras foram paralisadas pela Prefeitura de São Paulo, que alegava falta de alvará de execução e dos créditos construtivos necessários.
O caso foi parar na Justiça. O Ministério Público chegou a pedir a demolição da estrutura já erguida, o que não se concretizou, mas a São José pagou multa de R$ 2,5 milhões.