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Repórter de Mercados
Publicado em 20 de maio de 2025 às 15h18.
Última atualização em 20 de maio de 2025 às 15h47.
Marcado por anos de degradação e abandono, o centro histórico de São Paulo pode estar a vias de receber uma segunda chance.
A revitalização da região vem recebendo esforços tanto da prefeitura quanto do governo do estado, com uma série de políticas públicas, investimentos e projetos estruturantes para atrair moradores, negócios e dinamizar a economia do local que já teve o seu período dourado no século 19 e 20. Na época, com o impulso econômico vinha com o café e com a chegada das ferrovias.
Foi a partir de então que grandes arranha-céus passaram a abrigar sedes de importantes bancos, como o Banespa, Banco Mercantil de São Paulo e Unibanco, demonstrando a força financeira que a região teve. Nas décadas de 1950 e 1960, o centro ainda era o epicentro comercial e financeiro, com edifícios icônicos como o Edifício Itália e a Bolsa de Valores sediada na região até hoje.
No que parece mais um passo em direção à revitalização do centro, a prefeitura de São Paulo autorizou as obras de retrofit do antigo Edifício Misericórdia. Construído em 1977 e considerado um dos últimos grandes edifícios da região, o prédio será transformado em moradia e ganhará um novo nome: Edifício Tebas.
Construído em 1977, o Edifício Misericórdia passará a se chamar Edifício Tebas (Divulgação/Prefeitura de São Paulo)
Essa será uma homenagem a Joaquim Pinto de Oliveira, o primeiro arquiteto negro do Brasil e autor do primeiro chafariz público da cidade, construído no mesmo local do edifício, no Largo da Misericórdia.
A aprovação faz parte do Programa Requalifica Centro, que estabelece incentivos para estimular o retrofit de prédios antigos da região central da cidade. A ideia é que mais imóveis habitacionais sejam ofertados para a região voltar a atrair investimentos.
O programa inclui construções anteriores a 23 de setembro de 1992, ou licenciadas conforme a legislação vigente na época, situadas em um perímetro de aproximadamente 6,4 quilômetros quadrados.
Além dos benefícios previstos no programa, o Edifício Tebas foi selecionado no segundo chamamento público da iniciativa de subvenção econômica municipal para ter parte do custo da obra coberta. Com isso, 15% do valor total da requalificação será financiado pela prefeitura.
O edifício, antes comercial, será residencial, com 43 apartamentos, sendo uma unidade reservada para habitação de interesse social.
A unidade será destinada à locação social pela organização FICA, uma entidade sem fins lucrativos que atua em São Paulo adquirindo, reformando e gerindo imóveis para viabilizar moradias acessíveis para famílias em situação de vulnerabilidade.
O edifício terá também um restaurante com foco em alimentos orgânicos e um espaço multiuso aberto ao público. Nos últimos anos, o imóvel já vinha sendo utilizado como espaço de exposições, oficinas e eventos de arte e design.