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Cury: incorporadora comemora a geração de caixa de R$ 233 milhões, 58,6% superior à registrada no terceiro trimestre do ano passado (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 18h34.
A Cury (CURY3) reportou lucro líquido de R$ 282 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 56,8% em relação ao mesmo período de 2024. O lucro líquido atribuído aos acionistas foi de R$ 255 milhões, alta anual de quase 50%.
A companhia registrou margem líquida de 20% e um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 70,6%. Já o Ebtida ajustado foi de R$ 340 milhões, 53,7% maior na comparação anual.
Mas o que a Cury comemora mesmo é a geração de caixa de R$ 233 milhões, 58,6% superior à registrada no terceiro trimestre do ano passado. “Uma empresa em franco crescimento e gerando caixa é algo raro”, afirma Leonardo Mesquita, vice-presidente comercial da companhia, que completou cinco anos de listagem na B3.
Isso aconteceu mesmo com uma mudança no sistema de repasses pela Caixa, há um ano. “No meio do ano passado começamos a ter que esperar mais tempo para poder ver o dinheiro. Isso, obviamente, gerou um descompasso de receitas. Quando chegamos ao atual número, vemos que nos adequamos a essa nova realidade”, explica Mesquita.
A Cury bateu recorde de geração de caixa, receita líquida e lucro líquido no trimestre. Para o vice-presidente da companhia, os números indicam que ainda há espaço para crescer, principalmente em receita. Segundo ele, o modelo de negócios da incorporadora, que consiste em vender antes de construir, amplia a previsibilidade do desempenho futuro.
“Na nossa atividade, vendemos e depois construímos. Isso significa que tudo o que estamos vendendo hoje ainda será apurado em receita”, explica.
No período, a Cury alcançou R$ 1,8 bilhão em vendas líquidas. Considerando que ao menos 93% do portfólio da companhia custa até R$ 500 mil, as vendas foram quase integralmente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida.
O desempenho da companhia permitiu o pagamento de R$ 200 milhões em dividendos no mês de outubro, elevando o total do ano para R$ 529 milhões.
“Agora estamos num momento de análise baseados nas novas regras de tributação, ainda existem dúvidas em relação a como as empresas devem se portar diante dessa questão. Estamos num período de estudo e consultas, esperando algumas definições da legislação, para determinarmos a próxima distribuição de dividendos”, afirma Leonardo Mesquita.
O que o VP afirma é que a Cury deve continuar pagando dividendos ano a ano.
Recentemente, surgiu uma mudança importante no cenário tributário com o avanço de um projeto de lei que prevê a volta da tributação sobre lucros e dividendos pagos a pessoas físicas a partir de 2026. A cobrança é prevista como uma contrapartida para a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, uma promessa do governo do presidente Lula, a quem cabe agora a sanção da matéria.
A medida foi aprovada na semana passada no Senado, após aval da Câmara dos Deputados no início de outubro, prevendo uma tributação de 10% sobre os lucros e dividendos que ultrapassem R$ 50 mil por mês.
A Cury lançou 9 empreendimentos que somam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,986 bilhões no terceiro trimestre de 2025alta anual de 27,3%. Já o preço médio das unidades lançadas foi de R$ 291,6 mil, redução de 3,6% em comparação ao mesmo período de 2024.
As vendas líquidas também cresceram 27,1% na comparação anual e somaram R$ 1,8 bilhão, com o preço médio de vendas de R$ 299,7 mil, representando queda de 2,2% na comparação anual.
A VSO (velocidade de vendas sobre oferta) líquida foi de 40,6% no trimestre, baixa de 3,3 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre do ano passado. No acumulado de 12 meses, a VSO ficou em 74,0%.
Já o estoque total encerrou o trimestre em R$ 2,678 bilhões, com 98% das unidades ainda em construção.