Invest

BTG troca duas ações na carteira recomendada de novembro; veja quais

Queda de juros nos Estados Unidos e expectativa de corte no Brasil devem continuar impulsionando o mercado acionário, avalia o banco

Carteira recomendada: BTG faz duas trocas em novembro (Germano Lüders/Exame)

Carteira recomendada: BTG faz duas trocas em novembro (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 11h57.

Última atualização em 4 de novembro de 2025 às 12h37.

A já iniciada queda de juros nos Estados Unidos, somada a expectativa de corte na Selic por aqui, continuam sendo gatilhos que impulsionam a bolsa brasileira, segundo o BTG Pactual (mesmo grupo de controle da EXAME). Em outubro, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) cortou mais uma vez as taxas em 25 ponto-base (p.b), levando para a faixa de 3,75% e 4%.

Por aqui, a expectativa do banco é que o ciclo de afrouxamento se inicie em janeiro de 2026. O BTG acredita que o Banco Central (BC) corte em 300 p.b., levando a Selic para 12% ao final do próximo ano.

Os cortes pelo Fed puxaram as taxas de juros reais de longo prazo nos Estados Unidos para baixo (as taxas reais de 10 anos caíram 47 pontos-base no acumulado do ano e 2 p.b. no último mês), o que impulsiona as ações americanas (o S&P500 encerrou outubro com alta de 2%). O Ibovespa aproveitou o bom desempenho do mercado americano e também encerrou o mês em terreno positivo (+2% em real e 1% em dólar).

Com o clima mais favorável para a renda variável, o BTG está adicionando mais risco na carteira de novembro, ao incluir a construtora de imóveis populares Direcional (DRR3), que
substitui a distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3) — apesar de ter um peso menor, de 5%. Também trocou Energisa (ENGI11) por Equatorial (EQTL3).

Também colabora para o movimento mais otimista para a bolsa os índices de inflação, que continuam mostrar uma tendência de desaceleração, reforçando o provável início do ciclo de flexibilização monetária no Brasil no início do próximo ano. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 foram revisadas para baixo, para 4,5% e 4,3%, respectivamente.

Mesmo após a alta do Ibovespa recentemente, inclusive ultrapassando os 150 mil pontos nesta segunda-feira, 3, renovando recordes intradiário e de fechamento, a bolsa segue barata, negociando a 9,6x o preço sobre lucro (P/L) 12 meses à frente, excluindo a Petrobras e a Vale (e 8,2x incluindo essas duas empresas), um desvio padrão abaixo da média histórica (de 11,9x).

Trocas na carteira

A distribuidora de combustíveis Vibra sai e entra a construtora Direcional em novembro. Para o BTG, o momento dos lucros da Direcional é forte e o banco acredita que a empresa anunciará dividendos extraordinários consideráveis nos próximos meses (espera-se um yield extraordinário de 13%).

Agora a carteira é composta por 15% em construtoras por meio da Cyrela (10%, e também com chances de pagar um dividendo extraordinário relevante) e da Direcional (5%).

“De uma perspectiva macro, continuamos otimistas em relação às perspectivas para as construtoras de imóveis populares, dado o forte momento do programa MCMV, que está permitindo que as empresas cresçam rapidamente e com altos retornos”, afirma a equipe do BTG liderada por Carlos Sequeira.

Já do ponto de vista micro, a Direcional está bem-posicionada para se beneficiar desse cenário favorável, aproveitando sua forte equipe de engenharia e o controle rigoroso das operações para se expandir (principalmente dentro do novo “Faixa 4” por meio da Riva), apontam os analistas.

“Também acreditamos que a empresa está pronta para apresentar resultados sólidos no segundo semestre de 2025 e pode surpreender os investidores em termos de crescimento (já que as estimativas consensuais para 2026 parecem conservadoras).”

Já Energisa por Equatorial, segundo o banco, é devido a Taxa Interna de Retorno (TIR) rel, negociada a 10,1%. “Após o recente desempenho abaixo do esperado, ela está entre as três maiores TIRs entre as empresas que cobrimos em serviços básicos”, afirmam.

A instituição acrescenta: “A EQTL3 continua sendo uma ótima opção, uma empresa de primeira linha no setor e uma excelente maneira de obter exposição ao que consideramos taxas reais de longo prazo altamente assimétricas.”

Com duration de mais de 10 anos, proteção total contra a inflação e sensibilidade limitada à desaceleração da economia, ela se destaca como uma das Top Picks do BTG. “A empresa tem apresentado resultados sólidos e esperamos que essa tendência continue no terceiro trimestre.”

Completam a carteira, além de Cyrela, Equatorial e Direcional, Nubank (ROXO34), Itaú Unibanco (ITUB4), Rede D’Or (RDOR3), Embraer (EMBR3), Localiza (RENT3), Copel (CPLE6) e Smartfit (SMFT3), todas com 10% de peso cada.

As 10 ações para investir em outubro, segundo o BTG:

  • Nubank (ROXO34): 10% - bancos
  • Itaú Unibanco (ITUB4): 10% - bancos
  • Rede D’Or (RDOR3): 10% - saúde
  • Embraer (EMBR3): 10% - bens de capitais
  • Equatorial (EQTL3) 15% - serviços básicos
  • Localiza (RENT3): 10% - transportes
  • Copel (CPLE6): 10% - serviços básicos
  • Smartfit (SMFT3): 10% - varejo
  • Cyrela (CYRE3): 10% - construção civil
  • Direcional (DRR3) : 5% - construção civil
Acompanhe tudo sobre:Carteira recomendadaBTG PactualNubankItaúRede D’Or São LuizEmbraerEquatorialLocalizaCopelSmart FitCyrelaDirecional

Mais de Invest

Ibovespa opera em alta e bate nova máxima intradiária

CVM questiona fala de CFO da Vale sobre dividendo: 'nada decidido'

Inadimplentes no Brasil já somam quase R$ 500 bilhões em dívidas

Quem ganha e quem perde com reforma de IR que chega hoje ao Senado