Redatora
Publicado em 5 de agosto de 2025 às 09h57.
Depois de uma forte recuperação desde as mínimas de abril, que levou o índice americano S&P 500 a níveis recordes, algumas das maiores casas de análise de Wall Street começaram a alertar para uma possível correção nos mercados nas próximas semanas.
Segundo a Bloomberg, Morgan Stanley, Deutsche Bank e Evercore ISI divulgaram nesta segunda-feira, 4, previsões de curto prazo mais cautelosas.
O estrategista Mike Wilson, do Morgan Stanley, vê espaço para uma queda de até 10% neste trimestre, à medida que tarifas pesam sobre consumidores e empresas. Na Evercore, Julian Emanuel projeta um recuo ainda maior, de até 15%. Já o time do Deutsche Bank, liderado por Parag Thatte, destaca que uma realização é natural após mais de três meses de alta contínua.
Além do momento técnico, os dados macroeconômicos também preocupam. A inflação voltou a acelerar, enquanto o crescimento do emprego e o consumo mostram sinais de enfraquecimento.
A sazonalidade também pesa: agosto e setembro são historicamente os piores meses para o S&P 500, com perda média de 0,7% em cada mês, contra ganhos médios de 1,1% nos outros meses do ano, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Apesar dos sinais de curto prazo, os analistas mantêm visão positiva no médio prazo. Emanuel, da Evercore, acredita que o ciclo de alta das ações continua firme, especialmente para empresas ligadas à inteligência artificial.
Wilson, do Morgan Stanley, também reforça que sua equipe continua sendo “compradora nas quedas”. E o Deutsche Bank lembra que correções de 3% ocorrem, em média, a cada dois meses, enquanto recuos maiores, de 5% ou mais, são comuns a cada três a quatro meses.
Na prática, o mercado parece estar seguindo os conselhos. Os índices S&P 500 e Nasdaq 100 abriram a semana em alta de mais de 1% nesta segunda-feira, após perdas na sexta, com investidores apostando em um corte de juros pelo Federal Reserve ainda neste semestre.