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Usiminas (USIM5) caiu mais de 20% na bolsa este ano - mas ação não está barata, dizem analistas

Companhia tem compromisso de investimentos pesados nos próximos anos, o que compromete a avaliação do papel

Usiminas sofre com concorrência de aço importado chinês no mercado interno (Alexandre Mota/Reuters)

Usiminas sofre com concorrência de aço importado chinês no mercado interno (Alexandre Mota/Reuters)

Publicado em 26 de agosto de 2025 às 10h49.

O desempenho das ações da Usiminas (USIM5) tem sido bem inferior ao do Ibovespa. Enquanto o papel da siderúrgica caiu 21%, o índice de referência do mercado brasileiro de ações avançou 15%.

A XP avalia que o desempenho fraco do papel na Bolsa se deve a uma redução de custos abaixo da expectativa do mercado um ambiente de mercado pressionado para aços planos no Brasil, com taxas de juros mais altas sugerindo enfraquecimento da demanda pelo produto. Nesse item, a casa vê ainda reflexos de uma concorrência mais acirrada com o aço importado, sobretudo o chinês.

A casa destaca que a companhia tem um elevado compromisso de investimentos nos próximos anos. Por esse motivo, acredita que a ação não esteja necessariamente barata, apesar do múltiplo baixo.

O que joga a favor da Usiminas é a possibilidade de medidas anti-dumping pelo governo brasileiro e da política "anti-involução" anunciada pela China, para combater excessos de produção, mas esse não é o cenário base com o qual a XP trabalha.

Mercado em julho foi ruim

O Safra, que tem recomendação neutra para a Usiminas, analisando os dados do mercado de aço no Brasil em julho, afirma que a perspectiva de margem para as siderúrgicas continuou a se deteriorar.

O banco aponta que as importações de aços planos e longos cresceram em relação ao ano anterior, e as exportações e as vendas domésticas de aços planos caíram. O Safra afirma que baseado nos dados de julho a preocupação maior recai sobre a Usiminas.

Impactos na empresa

A XP crê num fluxo de caixa livre sob pressão em meio ao cenário adverso. Os elevados compromissos de investimento em capital (notadamente o investimento na coqueria nº 2, na planta de Ipatinga -MG) nos próximos anos sugerem níveis de fluxo de caixa abaixo do ideal no futuro.

Desde 2024 o desempenho de custos tem sido um tópico-chave na Usiminas, com a empresa apresentando redução de custos abaixo das expectativas do mercado, depois da reforma do alto-forno nº 3 em Ipatinga. Mas a XP crê num alívio nesse item, com expectativa de captura de mais eficiências e melhora do desempenho de custos a partir desse segundo semestre.

Em outra vertente, a XP considera que a dinâmica do mercado em ciclos de corte de juros pode, potencialmente, sustentar o desempenho das ações da Usiminas no futuro. Gatilho importante para ação, apontam os analistas, são os preços de bobinas laminadas a quente, componente metálico usado, principalmente na indústria automotiva.

Ainda assim, a casa reitera recomendação neutra para o papel.

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