Payroll: indicador sobre geração de empregos nos EUA será divulgado nesta sexta (Shannon Stapleton/Reuters)
Redatora
Publicado em 6 de junho de 2025 às 07h21.
Os investidores chegam ao fim de semana diante de um cenário de incertezas, especialmente em relação às medidas fiscais que devem substituir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a serem apresentadas pela Fazenda no domingo aos líderes do Congresso.
No Brasil, a agenda econômica traz indicadores importantes nesta sexta-feira, 6. Às 8h, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de maio deve mostrar forte deflação, refletindo pressões menores nos preços. Também há expectativa pelos dados de captação da poupança em maio, às 9h.
No exterior, o foco está nos Estados Unidos, onde o relatório mensal de empregos de maio, o payroll, será divulgado às 9h30. A expectativa é de desaceleração na criação de vagas, mas um resultado abaixo do esperado pode reforçar as apostas em cortes nos juros já em julho.
Além disso, a relação entre EUA e China ganha destaque após uma ligação de 90 minutos entre Donald Trump e Xi Jinping, na quinta-feira. Segundo o presidente americano, o contato foi “muito bom” e focou quase inteiramente em comércio, com acordo para que autoridades dos dois países se encontrem em breve para avançar nas negociações para encerrar a guerra comercial.
Enquanto isso, um conflito entre Trump e Elon Musk tem repercussão no mercado. O embate começou com críticas públicas de Musk ao projeto de gastos de Trump e escalou para ameaças do presidente de cortar bilhões em contratos governamentais para as empresas de Musk. Em resposta, Musk afirmou que Trump não teria vencido um segundo mandato sem seu apoio.
Como resultado, a Tesla perdeu quase US$ 150 bilhões em capitalização na quinta-feira, a maior queda já registrada pela empresa. Nesta manhã, antes da abertura do pregão, as ações mostram sinais de recuperação, com alta de 5,34%.
Outros eventos internacionais que valem ficar de olho incluem a decisão de política monetária do Banco Central da Rússia, às 7h30, e a participação de Michelle Bowman, diretora do Federal Reserve, em evento às 11h.
No Brasil, o ministro Fernando Haddad estará no 38º Congresso Brasileiro de Direito Tributário, em São Paulo, às 10h30, e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, participa de fórum no Guarujá às 16h30.
Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão sem direção única. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,5%, enquanto o Topix avançou 0,47%. O CSI 300, na China, fechou estável, e o índice de Hong Kong caiu 0,5%.
Na Austrália, houve recuo de 0,3%, enquanto na Índia, o Nifty 50 se destacou com alta de quase 1%, após o banco central surpreender com um corte na taxa básica de juros para 5,5%. Os mercados da Coreia do Sul ficaram fechados por conta de um feriado local.
Na Europa, os índices operavam com leves oscilações por volta das 7h10 (horário de Brasília). O Stoxx 600 subia 0,03%, o FTSE 100 avançava 0,09%, enquanto o DAX recuava 0,2% e o CAC 40, 0,11%.
O setor automotivo europeu continua pressionado pelos efeitos da forte queda da Tesla na véspera. BMW recuava 0,33%, Volkswagen caía 1,08% e Stellantis, 0,43%.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operavam em alta moderada: Dow Jones subia 0,35%, Nasdaq ganhava 0,48% e S&P 500 avançava 0,45%, à espera do relatório de empregos de maio.