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Tesla pode desaparecer em 10 anos: 'perda de valor será colossal', diz ex-CEO da Stellantis

Carlos Tavares afirma que Elon Musk pode abandonar a indústria de carros elétricos para focar em IA, robôs e na SpaceX, enquanto a chinesa BYD amplia vantagem global

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 18h36.

O ex-CEO da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou que a Tesla pode sair do mercado automobilístico nos próximos dez anos diante do avanço da concorrência chinesa e da mudança de foco de Elon Musk para outras áreas de tecnologia.

Em uma entrevista ao jornal francês Les Echos, Tavares disse que o empresário pode decidir redirecionar seus esforços para outras frentes, como inteligência artificial, robótica e exploração espacial, deixando de lado o setor automotivo.

A Tesla vem sendo superada pela BYD, que ultrapassou a empresa em vendas globais de carros elétricos no início do ano, com veículos mais eficientes e acessíveis, segundo informações da Fortune.

“A perda de valor de mercado da Tesla será colossal porque essa avaliação é simplesmente estratosférica. Não tenho certeza se a Tesla ainda existirá em 10 anos”, afirmou.

Concorrência e foco de Musk pressionam a Tesla

A avaliação do ex-CEO ocorre em um momento de forte pressão sobre a Tesla. A empresa enfrenta queda de participação na China, seu segundo maior mercado, e uma concorrência cada vez mais agressiva de montadoras locais. A fatia da empresa no país recuou de 16% em 2020 para cerca de 5% em 2025.

Além da disputa com a BYD, a companhia também lida com custos mais altos, impulsionados pelas tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e pelo fim dos créditos fiscais para veículos elétricos nos Estados Unidos.

Apesar disso, a Tesla superou as expectativas de Wall Street no último trimestre, com receita de US$ 28 bilhões — um aumento de 12% em relação ao ano anterior — e crescimento de 33% nas entregas na China.

As declarações de Tavares vêm à tona enquanto a Tesla tenta garantir a permanência de Elon Musk à frente da empresa. A montadora colocou em votação um pacote salarial de US$ 1 trilhão, válido por dez anos, condicionado ao alcance de metas ambiciosas, como elevar o valor de mercado da empresa para US$ 8,5 trilhões.

Consultorias independentes, no entanto, recomendam que os acionistas votem contra o plano, alegando falta de transparência nos critérios de desempenho. O conselho da Tesla afirma que o objetivo é assegurar o compromisso de Musk e incentivar a expansão da companhia para novas frentes tecnológicas.

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