Mercados

Taxas futuras de juros recuam com medidas do BC

Na visão de alguns analistas, ações do BC ao aumentar crédito foram um sinal de que o próximo passo, ainda que não seja no curto prazo, será o de cortar a Selic


	Ao término da negociação regular, juro para outubro de 2014 estava na máxima de 10,795%
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Ao término da negociação regular, juro para outubro de 2014 estava na máxima de 10,795% (Germano Lüders/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 18h04.

São Paulo - As medidas anunciadas nesta sexta-feira, 25, pelo Banco Central, liberando cerca de R$ 30 bilhões em recolhimentos compulsórios e promovendo ajustes no enquadramento dos bancos que podem reforçar em mais R$ 15 bilhões o caixa das instituições, foram percebidas como uma preocupação adicional da autoridade monetária com a atividade, o que resultou em queda das taxas futuras de juros.

Isso porque, na visão de alguns analistas e investidores, as ações foram um sinal de que o próximo passo do BC, ainda que não seja no curto prazo, será o de cortar a Selic.

E o movimento dos juros se deu a despeito da valorização do dólar ante o real, em um ambiente de busca por segurança no exterior.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o juro para outubro de 2014 (14.555 contratos) estava na máxima de 10,795%, de 10,794% no ajuste anterior.

A taxa do DI para janeiro de 2015 (146.285 contratos) marcava 10,77%, de 10,78% no ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2016 (159.705 contratos) indicava 11,03%, de 11,09% na véspera.

O DI para janeiro de 2017 (210.110 contratos) apontava 11,24%, de 11,29% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 (66.605 contratos) tinha taxa de 11,51%, de 11,53% ontem.

Além das medidas do Banco Central, a queda das taxas hoje também esteve atrelada a uma correção sobre o avanço de ontem, quando o mercado puxou os juros para cima após a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) ser explícita em relação à estratégia do BC, que não contempla, por ora, um corte da Selic.

Além disso, a baixa firme dos yields dos Treasuries, em meio à cautela no ambiente externo, serve como fator adicional para o recuo dos juros domésticos.

Tal comportamento dos investidores no âmbito internacional está atrelado às tensões geopolíticas, antes do fim de semana, e também à agenda carregada dos próximos dias.

Entre os principais eventos previstos para a semana que vem estão a reunião de política monetária do Federal Reserve, a divulgação dos dados do mercado de trabalho norte-americano referente a julho e o PIB dos EUA no segundo trimestre.

Assim, o yield do T-note de 10 anos estava em 2,465% às 16h30, de 2,510% no fim da tarde de ontem em Nova York. O dólar à vista no balcão encerrou com valorização de 0,36%, cotado a R$ 2,2280.

Com tudo isso, os indicadores conhecidos hoje ficaram em segundo plano. De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação da cidade de São Paulo, registrou uma alta de 0,11% na terceira quadrissemana de julho, de +0,04% na quadrissemana anterior.

Já a confiança do consumidor subiu 3,0% em julho, após subir 1,0% em junho e recuar 3,3% em maio, sempre na comparação com o mês anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasservicos-financeirosB3bolsas-de-valoresCâmbioDólarMoedasMercado financeiroEstatísticasIndicadores econômicosBanco CentralJurosSelic

Mais de Mercados

Omnicare, da CVS, pede falência após condenação de US$ 949 milhões

Oracle nomeia dois novos co-CEOs em meio à expansão em IA

Spirit Airlines vai deixar em licença 1.800 comissários durante 2ª falência em menos de um ano

Tarifaço reduz exportações de tecnologia da China para os EUA, mas Ásia mantém crescimento