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Tarifas de Trump, falas do Fed e balanços de Disney e Itaú: o que move os mercados

Nova tarifa sobre produtos do Brasil entra em vigor em meio à tensão política; mercado também monitora expectativas de corte de juros nos EUA e temporada de balanços

Disney: gigante americana do entretenimento divulga seu balanço antes do pregão (Gary Hershorn/Getty Images)

Disney: gigante americana do entretenimento divulga seu balanço antes do pregão (Gary Hershorn/Getty Images)

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 08h04.

Nesta quarta-feira, 6, os mercados operam atentos à entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros.

A medida, oficializada por uma ordem executiva do presidente Donald Trump, aumenta em 40 pontos percentuais as tarifas já existentes, atingindo 95 categorias de produtos exportados pelo Brasil.

Apesar disso, a lista de exceções inclui cerca de 700 itens, como suco de laranja, combustíveis, aeronaves e alguns metais.

A tensão comercial se soma a um ambiente político interno conturbado, marcado por protestos da oposição no Congresso e pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No radar hoje

No Brasil, às 8h, a FGV publica o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) de julho. Às 14h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal, que na última leitura foi negativo em US$ 886 milhões. No mesmo horário, será publicado também o IC-Br, índice de preços ao produtor amplo do banco. Já às 15h, sai a balança comercial mensal, que será observada com atenção em meio aos impactos esperados do tarifaço.

Nos Estados Unidos, às 11h30, o Departamento de Energia (DoE) publica os dados semanais de estoques de petróleo bruto, após um aumento de 7,698 milhões de barris na semana anterior. Às 14h, o Tesouro americano realiza leilão de T-notes de 10 anos, enquanto os investidores monitoram declarações de dirigentes do Fed ao longo do dia: Susan Collins e Lisa Cook participam de evento às 15h, e Mary Daly, presidente da distrital de São Francisco, fala às 17h10.

A temporada de balanços corporativos segue movimentada. Antes da abertura em Nova York, serão divulgados os resultados de Walt Disney e McDonald’s. Após o fechamento, reportam Airbnb, DoorDash, Lyft e American International Group.

No Brasil, o Itaú repercute pela manhã o lucro de R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre e o anúncio de nova rodada de JCPs. A teleconferência com investidores está marcada para as 10h.

Também após o fechamento, saem os balanços de Suzano (SUZB3), Eletrobras (ELET3), Braskem (BRKM5), C&A (CEAB3), Cogna (COGN3), Espaçolaser (ESPA3), Copel (CPLE6), Brava Energia (BRAV3), Guararapes (GUAR3), Hypera (HYPE3), Minerva (BEEF3), Santos Brasil (STBP3) e Totvs (TOTS3).

Em paralelo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa às 10h do evento Blockchain Rio 2025, no qual pode dar novas sinalizações sobre o viés do Copom.

Por fim, investidores também monitoram novidades sobre a OpenAI, que está em negociações para uma rodada secundária de venda de ações que pode avaliar a startup de inteligência artificial em US$ 500 bilhões.

Mercados internacionais

Os mercados globais operam sem direção única nesta quarta-feira, 6, em meio à repercussão das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e à divulgação de balanços corporativos. O presidente Trump afirmou que deve anunciar em breve medidas adicionais sobre chips e semicondutores, o que reacendeu temores de uma guerra comercial, especialmente com a China.

Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão em alta, apesar do tombo de 50% no lucro operacional da montadora Honda no primeiro trimestre fiscal, pressionada pelas tarifas americanas sobre peças importadas. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,6%, o Topix avançou 1,02%. Na China, o Xangai Composto teve alta de 0,45%. Em Hong Kong, o Hang Seng ficou praticamente estável, com leve ganho de 0,03%.

Na Europa, por volta das 7h do horário de Brasília, o desempenho dos mercados é misto: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,06%, o DAX, de Frankfurt, recuava 0,09%, enquanto o CAC 40, em Paris, subia 0,14%, e o FTSE 100, de Londres, ganhava 0,22%.

No mesmo horário, os futuros das bolsas de Nova York operavam sem direção definida: o S&P 500 subia 0,14%, o Dow Jones avançava 0,24%, enquanto o Nasdaq 100 recuava 0,05%.

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