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S&P 500 fecha estável e não renova recorde após fala de Powell

Segundo analistas, declarações de Powell refletem a divisão interna do Fed

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 17h28.

As bolsas americanas, que renovaram recordes na sessão anterior, tiveram nova alta nesta quarta-feira, 29.

No entanto, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, levou os principais índices de Nova York a perderem a força. O motivo foi o tom mais cauteloso da autoridade, principalmente em relação ao corte de juros em dezembro.

O índice Dow Jones caiu 0,16%, aos 47.632,35 pontos, enquanto a Nasdaq subiu 0,55%, marcando 23.958,47 pontos. O S&P 500 fechou estável, aos 6.890,59 pontos.

Na véspera, os três principais índices renovaram suas máximas históricas de fechamento pelo terceiro pregão seguido. O índice Dow Jones subiu 0,34% e alcançou 47.706,37 pontos, assim como a Nasdaq, que subiu 0,80%, marcando 23.827,49. O movimento também foi seguido pelo S&P 500, que registrou alta de 0,23%, aos 6.890,886 pontos.

As apostas de que os fed funds cairão para a faixa de 3,50% a 3,75% em dezembro, medidas pela plataforma FedWatch, do CME Group, também recuaram fortemente, saindo de 84,1% para 68,5%, após as falas de Powell.

Discurso calibrado

O presidente do BC americano iniciou sua entrevista calibrando as expectativas de mais um corte de juros. Segundo a autoridade, uma decisão sobre dezembro "está longe de ser algo certo". “Redução de juros em dezembro não é certa; a política monetária não é pré-determinada”, afirmou. Ele ainda acrescentou que o corte de juros foi “uma medida de gestão de risco para aproximar a política monetária de uma postura neutra.”

Segundo analistas, suas declarações refletem a divisão interna entre dirigentes que defendem novos cortes e os que temem pressões inflacionárias persistentes. A decisão do corte de juros nesta quarta-feira não foi unânime.

Para Michael Rosen, da Angeles Investments, ouvido pela CNBC, o mercado tem sido otimista demais ao precificar cortes futuros, já que a inflação segue acima da meta e a política monetária ainda é relativamente frouxa.

Já Bruno Yamashita, analista de Alocação e Inteligência da Avenue, destacou que o tom incerto de Powell sobre a reunião de dezembro foi principal fator que abalou o sentimento do mercado, ao deixar em aberto a possibilidade de um corte ou manutenção da taxa de juros na próxima reunião.

Na visão de Claudia Moreno, economista do C6 Bank, a inflação elevada e a ausência de dados econômicos atualizados devido à paralisação do governo americano deveriam manter o Fed mais cauteloso. "Até o momento, a autoridade monetária continua demonstrando uma preocupação maior com o mercado de trabalho do que com a inflação e, por isso, o cenário mais provável é um corte de juros na próxima reunião".

No entanto, as falas do presidente do Fed indicam que um corte de juros em dezembro não está garantido, e que a decisão permanece em aberto.

Nvidia alcança US$ 5 trilhões

A Nvidia avançou 30,5% nesta quarta e atingiu valor de mercado superior a US$ 5 trilhões, tornando-se a primeira empresa americana a alcançar essa marca. As ações caminham para o quinto dia consecutivo de alta, impulsionadas pelo anúncio de novos acordos, incluindo a aquisição de uma participação de US$ 1 bilhão na Nokia.

O movimento também sustentou ganhos em outras fabricantes de chips, como Broadcom, AMD e Micron, que subiram mais de 2%.

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