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Simpar dispara 10% na bolsa após venda da Ciclus Rio para Aegea

Valor da operação chamou a atenção dos analistas e pode ajudar a reduzir a alavancagem da Simpar

Ciclus opera aterro em Seropédica (RJ), um dos maiores da América Latina (Divulgação)

Ciclus opera aterro em Seropédica (RJ), um dos maiores da América Latina (Divulgação)

Mitchel Diniz
Mitchel Diniz

Repórter de negócios e finanças

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 12h21.

Investidores reagem bem à notícia da venda da Ciclus Rio, da Simpar (SIMH3), para a Aegea, numa operação de R$ 1,9 bilhão incluindo a dívida líquida de R$ 800 milhões da empresa de gestão de resíduos, com atuação no Rio de Janeiro. Às 11h30 (horário de Brasília), os papéis SIMH3 subiam 10,3%, a R$ 4,50. A ação não está na carteira do Ibovespa.

Na análise do Safra, a transação é bastante positiva para a Simpar. A avaliação da Ciclus na operação equivale a 31% do valor de mercado da holding, por um ativo que representa somente 2% do EBITDA da Simpar.

"Também avaliamos que a venda é consistente com a estratégia da Simpar de monetizar ativos maduros e melhorar sua estrutura de capital. O valuation, por sua vez, demonstra a qualidade de seus negócios", escreveram os analistas.

O Bradesco BBI também destaca o valuation da operação e calcula que a venda da subsidiária vai ajudar a reduzir em 37% a dívida líquida da Simpar e a alavancagem da companhia em 0,1 vez (a relação dívida líquida e Ebitda dos últimos resultados estava em 3,6 vezes).

"Na nossa visão, a transação traz alívio, dado que a Simpar tem uma alavancagem financeira relativamente alta. O valuation é atrativo, num momento em que a holding tenta extrair o máximo de valor de suas subsidiárias", escreveram os analistas.

O BBI tem recomendação outperform, equivalente a compra, para a ação da holding, com preço-alvo de R$ 10.

Entenda a transação

A Ciclus Rio, que opera, desde 2010, um aterro sanitário bioenergético em Seropédica (RJ), o maior da América Latina, de acordo com a Simpar. A área possui 3,7 milhões de metros quadrados e processa 10 mil toneladas de resíduos por dia, informa o fato relevante. Metade do biogás captado no aterro é transformado em biometano.

"A operação também transforma chorume em água desmineralizada, unindo eficiência, inovação e responsabilidade socioambiental", explica o fato relevante.

A Ciclus Rio chega ao portfólio da Aegea com uma dívida líquida de R$ 804 milhões, fazendo com que o valor intrínseco da transação (enterprise value) ultrapasse R$ 1,9 bilhão. Assim, a empresa amplia a atuação na gestão de resíduos, iniciada em 2023.

Naquele ano, a Aegea assinou contrato de consórcio com a Engep Ambiental, do Grupo Multilixo, para fazer a gestão de resíduos sólidos urbanos em nove cidades da região do Cariri, no Ceará, por meio do Regenera Cariri.

"Para a Ciclus Rio, ao integrar-se a uma plataforma completa de soluções em saneamento, a empresa continuará em sua expansão, usufruindo da expertise da Aegea nesse segmento", afirma a Simpar, no fato relevante, acrescentando que a venda está alinhada a uma "gestão ativa de portfólio de empresas independentes".

Desde 2024, a Ciclus Ambiental é responsável pela gestão dos resíduos sólidos urbanos de Belém (por meio da Ciclus Amazônia), incluindo serviços de coleta, varrição e disposição final dos resíduos. A Simpar explicou à EXAME que essa operação não foi vendida à Aegea.

"Não há mudança ou qualquer alteração da operação de Belém. Do ponto de vista societário, a Simpar, por meio da CS Brasil, detém 45% da empresa", informou a assessoria de imprensa da holding.

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