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Shell negocia aquisição da BP em transação histórica, avaliada em mais de US$ 80 bilhões

Segundo o WSJ, acordo, se concretizado, será um dos maiores já realizados na indústria de energia; Shell nega

Publicado em 25 de junho de 2025 às 12h48.

Última atualização em 25 de junho de 2025 às 14h15.

O gigante do petróleo Shell está em conversas avançadas para comprar a BP, em uma operação que pode se tornar o maior negócio do setor nos últimos anos, de acordo com fontes que participaram das discussões, segundo o Wall Street Journal. Caso seja concretizada, a aquisição pode superar a casa dos US$ 80 bilhões, colocando o acordo entre os maiores já realizados na indústria de energia. A Shell negou a informação.

O entendimento entre as empresas ainda está longe de ser finalizado, com as partes envolvidas reconhecendo que a negociação está em estágio preliminar e movendo-se de maneira mais lenta do que o esperado, segundo o WSJ. Se a compra for confirmada, a Shell se fortaleceria significativamente, ampliando sua capacidade de competir com outras grandes corporações do setor, como Exxon Mobil e Chevron.

Com a BP atualmente avaliada em aproximadamente US$ 80 bilhões, o valor da transação, considerado um prêmio, poderia ultrapassar o recorde de US$ 83 bilhões da fusão que originou a Exxon Mobil no começo deste século. Este possível acordo superaria, ainda, todas as aquisições de 2024 até o momento, em um ano marcado por incertezas econômicas e geopolíticas.

A Shell, que tem se destacado com resultados financeiros mais robustos do que a BP nos últimos anos, possui um valor de mercado superior a US$ 200 bilhões, enquanto a BP tem enfrentado desafios, incluindo uma tentativa frustrada de diversificação para energias renováveis e anos de instabilidade interna. A empresa também lida com críticas de investidores ativistas, como a Elliott Investment Management, que possui mais de 5% das ações da BP e tem pressionado por mudanças estratégicas.

Recentemente, a BP anunciou novas estratégias para reverter sua trajetória, com planos de aumentar a produção de petróleo e gás, ao mesmo tempo que reduz investimentos em energias limpas. Além disso, a empresa britânica está se desfazendo de ativos, como sua unidade de lubrificantes Castrol e parte de seu negócio solar.

A Shell, por sua vez, tem mantido uma política focada nas operações mais rentáveis, com compromissos para aumentar a produção de petróleo e gás, além de retomar metas mais modestas para energia renovável. A companhia também está analisando a venda de sua divisão de produtos químicos na Europa e nos Estados Unidos.

Caso a compra da BP seja concretizada, a Shell enfrentaria um longo processo de integração, que envolveria desafios como a gestão de diferenças culturais e a possível venda de ativos redundantes. Porém, uma fusão entre as duas empresas poderia expandir a presença da Shell, especialmente no mercado de gás natural liquefeito (GNL), além de fortalecer sua posição nas operações no Golfo do México.

Além de aumentar sua competitividade, a Shell poderia ampliar sua base operacional global e obter vantagens significativas em relação aos concorrentes. A aquisição também seria vista com bons olhos pelos reguladores britânicos, que poderiam ver com melhores olhos uma compra por uma empresa nacional, ao invés de um comprador estrangeiro.

Esse possível acordo ocorre em um momento de intensa movimentação no setor de energia, com outras grandes empresas também buscando fusões para alcançar economias de escala. A Chevron, por exemplo, está em processo de aquisição da Hess por US$ 53 bilhões, enquanto a Exxon Mobil completou recentemente a compra da Pioneer Natural Resources por US$ 60 bilhões.

As ações da Shell operavam em queda de 0,28% às 12h47, no horário de Brasília, imediatamente depois do anúncio. Já a BP subia 0,32% no mesmo horário.
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