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Selic cederá a 8,5% e juros futuros tem espaço para rali, projeta ex-BC

Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor do Banco Central acredita que a taxa deverá cair abaixo de 9% até o final de 2024

Selic: taxa básica de juros deve começar a cair em agosto, avalia Le Grazie (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Selic: taxa básica de juros deve começar a cair em agosto, avalia Le Grazie (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2023 às 12h08.

Os juros futuros de médio prazo têm fôlego para mais um rali de queda com a perspectiva de que a taxa Selic cederá a 8,5% em 2024, diz Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor do Banco Central.

“Segue bom aplicar juros médios porque uma Selic de 8,5% não está no preço”, disse Le Grazie, em entrevista, ao se referir à posição que se beneficia da queda das taxas futuras. “A inflação de alimentos está voltando a ficar favorável, há um espaço para a inflação cheia ficar mais bem comportada e a decisão do Conselho Monetário Nacional vai ajudar na ancoragem das expectativas.”

Le Grazie, que ocupou a cadeira de política monetária do BC, disse que a redução dos preços de alimentos deve resultar em menor pressão também em itens mais inerciais, como serviços e núcleos, e contribuir para o ciclo de cortes. A curva de juros futuros embute uma Selic levemente abaixo de 9% em dezembro de 2024, segundo dados da Bloomberg.

Ata do Copom

Segundo o ex-BC, a ata do Copom, no entanto, ainda trouxe cautela que justifica o porquê o nível alto da Selic, com destaques para inflação de serviços pressionada, mercado de trabalho apertado e elevação do juro neutro.

Ele avalia que o BC deve iniciar o ciclo de cortes em agosto “com ritmo moderado, de 0,25 ponto percentual (p.p.), e pode até seguir numa toada mais lenta” do que a que o mercado precifica hoje.

“O cenário central ainda é que o BC dê um corte de 0,25 p.p. e feche o ano com mais três de 0,50 p.p., mas ele pode iniciar o ciclo derrubando a taxa a doses de 0,25 p.p. até ter certeza que a inflação está ancorada”, diz Le Grazie.

“Pode ser um tempo maior de cortes moderados, e é por essa incerteza com o juro curto que estamos mais de olho em posições no juros futuros de dois e três anos à frente.”

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