Mercados

Resultado não deve animar ações da Vale, aponta Santander

Influência do governo e dúvida sobre a sustentabilidade no preço do minério de ferro devem afetar papéis da mineradora

Comandada por Murilo Ferreira, a Vale enfrenta agora o desafio de manter os fortes fundamentos estimados para o médio prazo, permanecendo assim atrativa aos investidores (Divulgação)

Comandada por Murilo Ferreira, a Vale enfrenta agora o desafio de manter os fortes fundamentos estimados para o médio prazo, permanecendo assim atrativa aos investidores (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2011 às 11h42.

São Paulo – As ações da mineradora Vale (VALE3; VALE5), maior produtora de minério de ferro do mundo, continuarão pressionadas diante da dúvida dos investidores sobre a influência do governo na tomada de decisões dentro da companhia, além da continuidade do período de duração de alta nos preços do minério de ferro, mesmo com o avanço de 300% do lucro no primeiro trimestre, alerta o Santander.

Em relatório, os analistas Felipe Reis, Alex Sciacio e Victoria Santaella afirmam que a companhia tem agora o desafio de encontrar fatores que possam justificar seu crescimento no longo prazo, para que suas ações possam continuar atraindo a atenção do mercado.

Os resultados apresentados pela Vale vieram “fracos”, afirma o banco. A mineradora anunciou um lucro líquido de 11,291 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 300% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

O Santander manteve o preço-alvo para as ações preferenciais da companhia em 62 reais até o final de 2011, o que representa um potencial de valorização de 41,35% frente à cotação de 43,86 reais vista no fechamento do pregão de ontem. A recomendação é de compra para os papéis.

“Acreditamos que a pressão sobre as ações da Vale devem continuar, afetando a habilidade da companhia de atrair investidores pelos fortes fundamentos de médio prazo, especialmente por conta das preocupações sobre o nível de influência do governo nas decisões de investimentos da companhia e o ceticismo dos investidores sobre a duração dos picos nos preços do minério de ferro, estimada para até a metade de 2012”, afirmam os analistas.

Apesar de esperar por um bom resultado da companhia no segundo trimestre de 2011, a equipe de pesquisa do Santander se pergunta quais fatores poderiam gerar crescimento para a empresa após o fim da alta nos preços do minério de ferro. Como possível resposta, eles apontam a possibilidade dos preços no mercado à vista atingirem a marca de 200 dólares por tonelada.

Mais considerações

Na opinião do Bank of America Merrill Lynch, a Vale não deve ver seu resultado anual afetado pelo “fraco” desempenho registrado no primeiro trimestre de 2011, segundo afirma o analista Felipe Hirai em relatório obtido pela Bloomberg. Em sua análise, ele afirma que os números da companhia refletiram efeitos sazonais, assim como o clima, ocorridos no trimestre passado.

A recomendação de compra para os papéis da companhia foi mantida e a mineradora segue entre as “top pick” do setor. Hirai ainda estima que a Vale deve pagar dividendos “maiores que o esperado” este ano com os investimentos caindo menos que o previsto.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasSiderúrgicasValeMineraçãoAçõesMercado financeiroAnálises fundamentalistas

Mais de Mercados

Motiva vende aeroportos a grupo mexicano por R$ 11,5 bilhões

Investidor diminui posição em bolsa após rali do Ibovespa, diz estudo

Ibovespa fecha em baixa pelo 2º dia seguido com aversão global ao risco

Dólar firma queda na reta final do pregão e fecha em R$ 5,31