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Remédio no supermercado tem efeito limitado sobre farmácias da bolsa, avalia Santander

Projeto de lei que permite a venda de medicamentos por supermercadistas passou por alterações que foram favoráveis para as varejistas

Um projeto de lei que permite a venda de remédios em supermercados foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado (Imagem gerada por IA)

Um projeto de lei que permite a venda de remédios em supermercados foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado (Imagem gerada por IA)

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 16h24.

Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 17h08.

O projeto de lei que permite a venda de remédios em supermercados foi aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. E se de fato for transformado em lei, o impacto deverá ser significativamente menos prejudicial do que o previsto, avaliam analistas do Santander.

Apesar do aumento da concorrência, o banco vê redes de farmácias listadas na bolsa, como a RaiaDrogasil (RADL3) e a Pague Menos (PGMN3), menos afetadas.

Os requisitos do projeto para a venda de medicamentos sem e com receita em supermercados aumentam significativamente os custos operacionais dos supermercados e são menos disruptivos do que se esperava para as farmácias. O Santander cita, por exemplo, a necessidade de um espaço físico separado, algo que não havia na proposta inicial, além da exigência de um farmacêutico em tempo integral.

Na visão do banco, a necessidade de uma operação apartada pode fazer com que o consumidor não veja o supermercado como melhor opção para necessidades urgentes ou compras por conveniência.

A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) viu esse pré-requisito como positivo. "No entendimento da Associação, o texto aprovado significa um grande avanço em relação ao projeto original, que autorizava a venda de medicamentos isentos de prescrição nas gôndolas de supermercados, como qualquer produto e sem qualquer cuidado de armazenamento, controle e manipulação", afirma nota da entidade.

"Outro ponto positivo é que a proposta final aprovada pelo Senado abre oportunidade de parcerias entre as redes de farmácia e setor supermercadista, em especial para aqueles que não optarem por explorar a venda de medicamentos com bandeira própria".

Supermercados já tiveram experiência com farmácias em lojas físicas, mas em um formato diferente. A unidade ficava fora da área de pagamento do mercado. Devido à baixa taxa de sucesso desse formato, muitos supermercados optaram por descontinuar o serviço.

Os analistas do Santander também veem obstáculos para que empresas como o Mercado Livre (MELI34) ganhem relevância no setor devido ao arcabouço legal restritivo do Brasil e capacidade das redes de farmácia de oferecer compras com urgência.

Compra para RaiaDrogasil

Em um segundo relatório, o Santander trouxe mais perspectivas para RD Saúde (RADL3). Na sessão desta terça-feira, 17, em que a PL do remédio nos supermercados passou pelo Senado, a ação da empresa subiu mais de 6% e foi a maior alta da carteira do Ibovespa.

Para o banco, a companhia confirmou a trajetória de alta de margens e vendas no segundo trimestre, reduzindo o risco de novos cortes de guidance e apoiando um caminho positivo em 2026.

Os analistas acreditam que o mercado precificou ameaças estruturais à rede de farmácias exageradamente, incluindo concorrência online e mudanças regulatórias, como a proposta de venda de medicamentos nos supermercados.

O relatório destacou uma visão construtiva sobre os ajustes operacionais feitos pela companhia no segundo trimestre, observando que 90% dos ajustes de vendas de produtos de higiene pessoal e beleza já foi executado por meio de preços, marketing e mix mais precisos.

Embora a margem bruta possa permanecer abaixo dos níveis históricos, o Santander espera uma diluição constante das despesas gerais e administrativas e um aumento gradual das vendas de marcas próprias para compensar a pressão.

O Santander, no entanto, reviu as estimativas para a RaiaDrogasil devido a um início de ano desafiador. O banco reduziu as expectativas de lucro líquido em 10% e 11% em 2025 e 2026, respectivamente — mas destaca que, ainda assim, está acima do consenso de mercado para a linha.

O banco reiterou a recomendação outperform (equivalente à compra) para a ação.

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